Brasil

Moro e juíza do Rio intimam PF sobre uso de algemas e correntes em Cabral

Ele reclamou que as algemas e o cinto o machucavam.

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Cabral realiza exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) de Curitiba (PR), na última sexta (18)

Os juízes federais Sergio Moro e Caroline Vieira cobraram nesta segunda (22) da Polícia Federal explicação sobre "as condições em que ocorreu a transferência" do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) para Curitiba. Na sexta (9), o emedebista foi obrigado a usar algemas nas mãos e correntes nos pés ao chegar na capital paranaense. O uso de algemas em situações de exposição pública não vinha ocorrendo com presos da Lava Jato no Paraná, operação deflagrada há quase quatro anos. No despacho, Moro intima "a autoridade policial para, em contato com a escolta, esclarecer o ocorrido e os motivos da utilização das algemas nas mãos e [nos] pés do condenado em questão naquele episódio". No Rio, a juíza substituta de Marcelo Bretas, que está de férias, pediu também à PF esclarecimentos "a fim de que este juízo possa avaliar a configuração de possíveis excessos ou irregularidades durante o procedimento". Cabral foi fotografado caminhando com dificuldade ao chegar ao IML (Instituto Médico Legal). Ele reclamou que as algemas e o cinto o machucavam. 

A Polícia Federal afirmou, via assessoria de imprensa, que a entrada do IML tem o acesso aberto ao público, o que motivou o uso das algemas para proteger Cabral ou pessoas que estivessem próximas e pudessem se desentender com o ex-governador. O objetivo, diz, era evitar qualquer reação mais forte do emedebista. De acordo com a PF, também pesou o fato de Cabral já ter sido condenado em ações penais –quatro, no total. Moro e Caroline determinaram a transferência imediata de Cabral para um presídio no Paraná por conta das supostas regalias a que ele teria tido acesso no sistema prisional fluminense. Moro justifica a transferência lembrando que Cabral, além de governador, já foi deputado estadual e presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), e possui relações relevantes com as autoridades do Estado, o que representa um "risco concreto de que ele possa utilizar essas relações para, continuamente, obter ou tentar obter privilégios no cárcere".

Reprodução: Folha

REDAÇÃO DO LD