O carro destruiu tudo", é o que conta a baiana de acarajé Rosângela dos Santos. Ela é uma das vítimas que foi atingida pelo carro que invadiu o ponto de ônibus e atropelou pedestres no último sábado (20), no bairro de Itapuã, em Salvador. No acidente, 15 pessoas ficaram feridas.
Rosângela trabalha vendendo acarajé no bairro onde ocorreu a batida e estava no ponto com a família à espera do ônibus para voltar para casa.
"Sou pai, sou mãe de nove filhos e ainda crio sete netos. Agora fico eu aqui dentro de casa sem poder trabalhar porque eu não tenho mais [o tabuleiro e comidas]”, desabafou a baiana de acarajé, que ainda relatou não ter condições financeiras para voltar ao trabalho.
Das pessoas da família dela, apenas a neta de quatro anos teve um ferimento mais grave, um corte na cabeça. A criança foi atendida e passa bem. "Minha filha levou cinco pontos. Graças a meu bom Deus que minha filha não perdeu o que tem de melhor, a vida”, disse Laís dos Santos, filha de Rosângela e mãe da criança.
As vítimas foram socorridas para a Unidade de Pronto Atendimento de Itapuã. Após receberem atendimento, algumas delas falaram sobre o caso. "Todo mundo caiu. Foi um pânico. A gente não viu quase nada, só o carro vindo contra a gente. Minha mãe quebrou um membro, meu sobrinho, o cotovelo e eu machuquei a perna. Mas graças a Deus estamos bem", disse uma das vítimas.
O técnico de informática Anderson Paraíso, relembrou o momento em que o carro invadiu o ponto. "Estava aguardando o ônibus no ponto e, do nada, a gente viu ele discutindo com uma pessoa do carona. Eu estranhei ele ter saído da cena sem fazer exame, sem nada", argumentou.
Sobre o questionamento de Anderson, a Polícia Militar disse que quando a viatura chegou ao local não encontrou o motorista que invadiu a calçada.
Fonte: G1 // AO