Como há uma divisão de espaço entre internos para se evitar uma carnificina entre facções no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, a situação não seria diferente nas delegacias de toda a Bahia.
Das 413 – ao todo são 499 – unidades visitadas pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), 23 costumam identificar os presos pelas organizações criminosas a que pertencem.
No levantamento realizado com base em informações de 2016 e divulgado último dia 18, a Bahia ocupa o primeiro lugar no ranking com larga vantagem, superando inclusive os dois estados onde se encontram baseadas as maiores facções do país – Rio de Janeiro, que aparece no relatório em segundo lugar com 12 unidades, e São Paulo, com 5 unidades, ocupando a sexta posição.
Em matéria publicada em janeiro deste ano, o CORREIO mostrou que três das quatro maiores organizações criminosas do estado – Comando da Paz (CP), Caveira e Bonde do Maluco (BDM), estão divididas em cinco unidades do Complexo da Mata Escura, assim como acontece nos bairros de Salvador e cidades da Região Metropolitana.
Má-gestão
Os dados são da Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública do Sistema Prisional e Segurança Pública do CNMP. “Há o acirramento entre grupos e não pode colar na mesma cela porque senão dá problema, ainda mais que as delegacias não foram construídas para abrigar presos por muito tempo.
O delegado e sua equipe tem que ter o cuidado para encarcerar essas pessoas”, declara a delegada Patrícia Oliveira, vice-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (Adpeb).
Correio // AF///