A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu para o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a rescisão da delação premiada de Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos da J&F, controladora da JBS. Em parecer enviado nesta segunda-feira ao ministro Edson Fachin, relator do caso, Raquel Dodge reiterou uma solicitação que foi feita pelo seu antecessor, Rodrigo Janot, em setembro.
Para a procuradora-geral, Joesley e Saud romperam cláusulas do acordo ao omitirem, de forma intencional, fatos criminosos dos quais participaram ou tinham conhecimento — o que a defesa deles nega que tenha ocorrido.
O parecer cita três casos: a atuação do ex-procurador Marcello Miller em nome dos interesses da J&F; o pagamento de R$ 500 mil ao senador Ciro Nogueira (PP-PI) e a existência de uma conta bancária de Ricardo Saud no Paraguai.
“Trata-se, portanto, de forte indício, e não mera especulação, a reforçar que os colaboradores agiram movidos pelo intuito de ludibriar o MPF e proteger aliados, em conduta claramente desleal e afrontosa ao pacto que fizeram nos Acordos de Colaboração Premiada e à justiça”, escreveu Dodge.
O Globo /// A F ////