O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, na tarde desta segunda-feira, o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e mais dez pessoas por acusações de desvios na compra da refinaria de Pasadena, localizada nos Estados Unidos, pela Petrobras em 2005. Os envolvidos são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro estimada em 17 milhões de dólares, na primeira denúncia envolvendo a polêmica negociação. Segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), a compra foi feita com superfaturamento de ao menos 50%. Os outros denunciados são Alberto Feilharber, vice-presidente da belga Astra Oil, os operadores financeiros Jorge Davies, Raul Davies e Gregório Preciado, e seis ex-funcionários da Petrobras: Luis Carlos Moreira, Carlos Roberto Martins Barbosa, Cezar de Souza Tavares, Rafael Mauro Comino, Agosthilde Monaco de Carvalho e Aurélio Oliveira Telles. O dirigente da empresa belga e Luis Moreira, que era gerente executivo da área internacional, teriam, segundo o MPF, acertado o pagamento de propina caso a estatal brasileira comprasse 50% da refinaria americana. Delcídio do Amaral é acusado de ter recebido ao menos 1 milhão de dólares do montante, por ter indicado e apoiado a nomeação de Nestor Cerveró para o comando dos negócios externos da Petrobras. A punibilidade de Delcídio é restrita uma vez que o ex-senador fez, ele também, acordo de delação com a Justiça. No entanto, a nova acusação aparece no momento em que os benefícios obtidos pelo político são contestados legalmente por não terem resultado em condenações efetivas de terceiros e podem ser revistos.
Reprodução: Veja
da Redação