Os marqueteiros das campanhas petistas João Santana e Mônica Moura voltaram a relatar à Polícia Federal (PF) que receberam R$ 20 milhões e caixa dois pela campanha do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), em 2012. Eles prestaram depoimento na Superintendência da PF, no bairro da lapa, Zona Oeste de São Paulo.
Mônica afirmou, em acordo de delação premiada, que a campanha do petista custou ao todo R$ 50 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram pagos de forma oficial pelo PT e R$ 20 milhões por meio de caixa 2. à PF, em São Paulo, ela reiterou a versão.
Segundo ela, a parte não contabilizada deveria ter sido paga pelo PT (R$ 5 milhões) e pela Odebrecht (R$ 15 milhões).
A empresária disse que a empreiteira pagou sua parte, mas o PT não. A dívida do partido, então, teria sido paga pelo empresário Eike Batista, a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O pagamento no exterior teria sido acertado diretamente com o executivo Flávio Godinho, homem de confiança de Eike. Fez-se então um contrato de trabalho de três páginas, “bem simplesinho”, segundo Mônica.
“Essa história é engraçada. Esse trabalho existiu, no fim das contas, porque o João fez um trabalho primoroso de pesquisa e contextualização de uma empresa que o Eike queria montar na Venezuela, em Angola, ligada a petróleo e energia”, detalhou Mônica.
A empresária disse não ter a “menor noção” de qual tipo de negócio que Eike poderia ter que o interessasse a pagar a dívida de uma campanha de Haddad.
“Na verdade, ele nem sabia que estava pagando a campanha do Haddad, ele estava pagando uma dívida do PT. Eu imagino hoje, lendo tudo que eu leio. Ele estava pagando uma dívida do PT”, afirmou a mulher de João Santana.
Estadão Conteúdo // AO