Mesmo apresentado como o candidato do Patriota-PEN à Presidência da República desde julho, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) continua sem ter o vínculo oficial com a legenda. A única ligação entre as duas partes é uma ficha “pré-datada”, com a filiação marcada para o dia 10 de março de 2018, assinada por Bolsonaro. Dentro da legenda, um grupo de filiados está insatisfeito com a postura do presidenciável e já fala em “saída em bloco da legenda” ou em até “apresentação de outro nome para concorrer às eleições”.
A não oficialização de Bolsonaro como membro efetivo do partido – hoje ele é presidente de honra – tem causado um desconforto interno na legenda. Os insatisfeitos pressionam Bolsonaro para que ele dê uma sinalização definitiva de que não deixaria o Patriota-PEN “na mão” às vésperas de uma campanha eleitoral, indo para um partido com mais tempo de TV, por exemplo.
Essa pressão cresceu ainda mais quando o Conselho Nacional do PEN (o nome Patriota ainda não foi oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral) decidiu, por unanimidade, que o partido precisaria apresentar o seu candidato à Presidência no próximo dia 11 de dezembro. O deputado Walney Rocha (RJ), que também é presidente nacional do órgão partidário, afirmou que “ou Bolsonaro entra de fato no partido até a data definida pelo conselho ou não será o candidato do Patriota”. Segundo ele, já há outros nomes cogitados.
“Não é admissível ele assinar uma ficha com uma data futura. Ele está, mais uma vez, querendo ser mais esperto do que todos nós”, afirmou Rocha.
Estadão Conteúdo // AO