O operador financeiro Lúcio Funaro disse nesta terça-feira (21), em depoimento à Justiça Federal, que, após ter sido preso, a mulher dele, Raquel Pitta, recebeu ligações do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Mas disse que, apesar das ligações, o ex-ministro não ofereceu vantagens. Lúcio Funaro foi ouvido na 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, em um processo que investiga se Geddel tentou impedir que ele, Funaro, fechasse acordo de delação premiada, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro. Questionado pela defesa de Geddel se o ministro ofereceu "vantagens" para Raquel, o doleiro afirmou que não. Questionado pelo Ministério Público se tinha algum "receio" desse contato do ex-ministro com Raquel, Funaro disse que não, mas temia por Geddel ser "membro do primeiro escalão do governo".
Funaro está preso desde julho do ano passado por suspeitas de envolvimento num esquema, investigado pela Lava Jato, de desvios no FI-FGTS, fundo de investimentos administrado pela Caixa Econômica Federal. Em um depoimento para a Polícia Federal em junho deste ano, Funaro disse que recebeu sondagens do ex-ministro Geddel Vieira Lima sobre a eventual intenção de fazer acordo de delação premiada. Segundo registrou a Polícia Federal, Funaro estranhava "alguns telefonemas que sua esposa tem recebido de Geddel Vieira Lima, no sentido de estar sondando qual seria o ânimo do declarante em relação a fazer um acordo de colaboração premiada".
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