Vestidos de branco, integrantes de terreiros localizados no bairro do Engenho Velho da Federação, em Salvador, realizaram a 13ª caminhada contra a violência e a intolerância religiosa, e a favor da paz, na tarde desta quarta-feira (15). Esse ano, o ato tem como tema também o combate à violência contra a mulher. A concentração da caminhada ocorreu no monumento em homenagem a Mãe Ruinhó, que fica no final de linha do bairro, por volta das 15h. A caminhada começou às 15h30, seguindo pela Avenida Cardeal da Silva. O grupo vai até a ladeira Manuel Bonfim e retorna para o Engenho Velho da Federação, onde será feita uma roda de encerramento. Após o fim do ato, os participantes seguem para o Terreiro do Cobre, onde será servido o amalá (prato feito com quiabo) – que é a comida de Xangô. Acompanham, ainda, o feijão fradinho, frango, arroz e farofa. Cerca de 360 kg de frango devem ser servidos. O amalá foi feito com cerca de 5 mil quiabos.
História
A caminhada começou em 2004, quando, segundo os organizadores, terreiros do bairro começaram a ser alvo de ataques movidos por igrejas neopentecostais. Desde então, vestidos de branco, representantes da diversidade que caracteriza as religiões afro-brasileiras tomam as ruas do bairro e de áreas próximas para ratificar o direito à liberdade de culto que é assegurado pela constituição brasileira. Cada ano a caminhada traz um tema diferente para além da intolerância religiosa. Em 2016, a temática foi: "Professoras e professores, alicerces e pilares da educação" – uma homenagem aos educadores.
Reprodução: G1 – Bahia