Brasil

Investigação aponta que empresa venezuelana negociou fretamento de voo que caiu com a Chapecoense

Contrato revela que clube deveria pagar por viagem não à LaMia, mas para Loredana Albacete, filha do dono do avião

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A filha do dono do avião que caiu há quase um ano na Colômbia com a delegação da Chapecoense negociou, em nome da LaMia, o fretamento da aeronave com o clube, segundo investigação do Ministério Público Federal em Chapecó (SC).

No desastre, na madrugada de 29 de novembro de 2016, 71 pessoas morreram e outras 6 ficaram feridas. O avião caiu quando estava perto de aterrissar no aeroporto de Medellín. Relatório preliminar divulgado pela autoridade de aviação civil colombiana apontou que a aeronave estava sem combustível. O relatório final deve ser divulgado na Colômbia nos próximos dias.

Tampouco é a companhia aérea boliviana LaMia que aparece no contrato com a Chapecoense como destinatária dos US$ 140 mil (R$ 459 mil, na cotação mais recente) relativos ao deslocamento até Medellín, em novembro do ano passado. O valor, de acordo com o MPF, deveria ser depositado na conta de uma empresa em Hong Kong, representada pela venezuelana Loredana Albacete –ela é filha do ex-senador venezuelano Ricardo Albacete, dono do avião. Ao jornal espanhol "El Confidencial", logo depois do acidente, ele declarou ter apenas arrendado o avião para a LaMia boliviana. Ele fundou a LaMia venezuelana em 2010 e em 2014 foi comprada pelos bolivianos, disse Albacete à BBC.

A relação dos Albacete com a negociação do voo pode colocá-los como responsáveis solidários em eventual pedido de indenização na Justiça, afirmam o advogado Eduardo Lemos Barbosa, que representa familiares de vítimas do acidente, e o engenheiro aeronáutico Shailon Ian. Mas caberia à Chapecoense entrar contra ambos na Justiça em um procedimento chamado de "ação de regresso" –quando alguém condenado a pagar indenização aciona uma terceira parte como maneira de ressarcir prejuízos.

Fonte: G1 // AO