Brasil

PF realiza operação na Casa Militar do governo de PE

Operação Torrentes investiga fraudes em ação de reconstrução de cidades castigadas pelas chuvas na Mata Sul.

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Operação Torrentes ocorre na Casa Militar de Pernambuco, localizada na sede do governo, no Palácio do Campo das Princesas, centro do Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)

A Casa Militar de Pernambuco e a Vice-governadoria foram alvos da Operação Torrentes, desencadeada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (9). A ação investiga irregularidades em projetos de reestruturação de cidades da Mata Sul atingidas por enchentes em 2010 e em 2017. Integrantes e ex-integrantes da cúpula da Polícia Militar estão entre os alvos da operação. O ex-comandante da Polícia Militar de Pernambuco coronel Carlos D'Albuquerque e o ex-chefe da Casa Militar de Pernambuco coronel Mário Cavalcanti estão entre as pessoas que tiveram mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada pela polícia para depor, emitidos pela Justiça. Segundo a PF, objetivo da operação é desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e corrupção de servidores públicos ligados à Casa Militar. A estimativa é que os convênios investigados somem mais R$ 450 milhões.

Segundo a PF em Pernambuco, a investigação teve início em 2016, a partir de um relatório elaborado pela Controladoria-Geral da União (CGU) que analisou a utilização das verbas federais no processo de reconstrução das cidades castigadas pelos temporais, em 2010. A corporação informou também que foi verificado que, dependendo do objeto licitado, funcionários da Secretaria da Casa Militar direcionavam os contratos a diversos grupos empresariais em troca de contrapartidas financeiras. Para a polícia, há, ainda, indícios de superfaturamentos e não execução de contratos. A PF ressaltou, ainda, que foram detectados "fortes indícios de superfaturamento" em alguns contratos firmados pela Secretaria da Casa Militar, com recursos públicos federais, na Operação Prontidão. Essa ação teve como objetivo reconstruir municípios da mesma região do estado, atingidos, uma vez mais, pelas chuvas de maio deste ano.

A fonte entrou em contato com o governo de Pernambuco, que afirmou "a disposição de prestar todos os esclarecimentos necessários, como sempre tem feito quando solicitado por órgãos de controle e fiscalização". O executivo estadual apontou ainda que "o acesso a todos os documentos e equipamentos ali localizados, assim como a qualquer outro documento público, poderia ter sido solicitado sem a necessidade de qualquer ordem judicial". Foram emitidos 71 mandados judiciais, sendo 36 de busca e apreensão, 15 de prisão temporária e 20 de condução coercitiva. Também houve uma condução coercitiva no Pará. Até às 11h (horário local), haviam sido cumpridos 14 mandados de prisão, 19 de condução coercitiva e todos os 36 busca e apreensão.

Reprodução: G1 – Pernambuco