Mesmo dentro do presídio, o ex-governador Sérgio Cabral estaria financiando a montagem de dossiês contra o juiz Marcelo Bretas, da Operação Lava Jato no Rio. As informações são de uma investigação sigilosa da Polícia Federal, a que os repórteres Paulo Renato Soares, Arthur Guimarães e Leslie Leitão tiveram acesso, com exclusividade.
A informação de que o grupo do ex-governador passou a montar dossies contra os investigadores partiu de dentro do presídio onde Sérgio Cabral está preso, em Benfica, na Zona Norte do Rio. Segundo a denúncia, o ex-governador teria um fundo milionário para financiar uma devassa na vida dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato no estado.
A Polícia Federal já sabe que houve acessos suspeitos e todos teriam ocorrido depois que Cabral já tinha sido preso, em novembro do ano passado. E os agentes já sabem em nome de quais funcionários os acessos foram feitos.
No dia 26 de setembro – 6 dias depois de o ex-governador receber a sentença na Operação Calicute – houve 8 acessos pra pesquisar registros de ocorrência sobre o juiz Marcelo Bretas e a mulher dele, que também é juíza.
Em nota, a defesa de Sérgio Cabral negou o dossiê. "É uma mentira, antes de uma maldade sádica, com claro propósito de criar intriga entre o ex-governador e o magistrado, certamente como forma de incitá-lo a determinar nova transferência para um presídio federal", diz a nota.
A investigação da Polícia Federal está em andamento, mas é sigilosa porque envolve a segurança dos integrantes da Lava Jato no Rio, do Ministério Público Federal e da Justiça. A Polícia Federal quer saber de onde vem o dinheiro para financiar a montagem de dossiês, quem está envolvido e qual é o objetivo do ex-governador. A equipe da Lava Jato no Rio está com a segurança reforçada desde que as investigações começaram.
Fonte: G1 // AO