Presidente da Comissão de Agricultura na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado Eduardo Salles (PP) afirmou que “ninguém assumiu a autoria do crime”, ao comentar a invasão de uma fazenda da empresa Igarashi, na última quinta-feira (2), em Correntina, no oeste baiano. O grupo ateou fogo nas instalações, destruiu maquinários, o sistema de energia e tratores no local.
Ao comentar as ações, o parlamentar adotou tom semelhante ao do governador Rui Costa (PT), que se referiu mais cedo aos responsáveis pelos atos como “um bando”, em entrevista à Aratu.
“Decididamente não tem nada a ver com MST ou nenhum movimento social”, afirmou Salles ao bahia.ba.
Em nota na qual cobrou medidas do Executivo baiano, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que as ações “demandam elevado grau de planejamento, típico de organizações criminosas dotadas de comando centralizado e apoio logístico”.
Ao anunciar nesta segunda-feira (6) a instauração de um inquérito para apurar os episódios, a Polícia Civil informou que agricultores e pecuaristas residentes na região do Rio Arrojado, nos povoados de Praia, Arrogeando, São Manoel, entre outros, entraram na fazenda da empresa para protestar contra prejuízos que suas propriedades teriam com a captação de água para o sistema de irrigação da companhia.
A reportagem não conseguiu contato com representantes do Movimento Sem Terra. Políticos ligados à organização, como os deputados federal Valmir Assunção (PT) e estadual Marcelino Galo, estavam com os celulares desligados.
Por meio de nota, o MST negou envolvimento na invasão, mas disse apoiar “as ações de denúncia ao agronegócio, principalmente quando existe um processo de privatização de recursos naturais e investimentos antipopulares, que neste caso, afeta diretamente as comunidades camponesas localizadas nas proximidades das fazendas”.
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