O comando da Polícia Militar exonerou, nesta quarta-feira (1º), seis oficiais da Corregedoria da corporação. São cinco majores e um tenente-coronel que foram retirados dos cargos no dia seguinte à nomeação do coronel Fernando de Oliveira Pimenta – ex-comandante do Batalhão de Choque – como novo corregedor da PM do Rio de Janeiro. Os seis foram transferidos para Departamento de Pessoal da corporação.
De acordo com dados da PM, nos três primeiros meses da equipe à frente das unidades correcionais, de julho a setembro de 2017, foram presos 62 PMs – um aumento de 588% no número de prisões em comparação ao trimestre anterior. De abril a junho, antes de eles assumirem as Delegacias de Polícia Judiciária Militar (DPJMs), houve nove prisões de policiais.
Em nota, a corporação respondeu apenas que "por determinação do comandante-geral da PM o novo Corregedor é o coronel Jorge Fernando de Oliveira Pimenta, que estava comandando o BPCHq".
Entre as exonerações, publicadas em boletim interno da PM ao qual o G1teve acesso, está a do major Manuel Carlos Pontes. Ele era o chefe da 8 DPJM, que investiga irregularidades cometidas por PMs em Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
A equipe do major Pontes era responsável, por exemplo, por investigar denúncias de abuso de militares do Batalhão de Choque na Rocinha. Conforme mostrou o RJTV nesta quinta-feira (2), moradores da favela estão receosos de que, ao assumir o cargo de corregedor, o ex-comandante do Choque pare as investigações e haja retaliação contra a comunidade.
Em sua principal ação nos últimos cinco meses de atuação, a 8 DPJM prendeu em flagrante o major Alexandre Silva Frugoni, ex-comandante da UPP Caju, após uma equipe da Corregedoria encontrar armas e drogas no local. Nesta quarta, a Justiça Militar soltou o oficial e determinou que ele fique em trabalhos internos na corporação.
Fonte: G1// AO