Dez dias após a morte de um menino indígena de quatro anos, cerca de 250 pessoas fizeram um protesto contra a violência no município de Santa Cruz Cabrália, no extremo sul da Bahia, na manhã desta quarta-feira (1°). O ato ocorreu em um trecho da BR-367, que corta o distrito de Coroa Vermelha. Os moradores dizem que querem mais segurança e políticas públicas de prevenção à violência no município. Por conta da manifestação, o trânsito de veículos no local foi interrompido por cerca de uma hora, mas já foi liberado e não há retenções na via. Também por conta da morte do menino, indígenas da região fizeram uma outra manifestação em um trecho da BR-367, na altura do distrito de Coroa Vermelha, de 8h até as 20h do dia 23 de outubro, um dia após o crime.
Além da morte da criança, os moradores da região dizem que outro crime contra um índio da região também teria motivado o protesto. Conforme os manifestantes, o corpo de Jessy Johny Ferreira Calassara, 20 anos, foi encontrado no dia 23 de outubro, em Santa Cruz Cabrália. O corpo tinha marcas de golpes de pedra na cabeça. Jessy morava com a família em Coroa Vermelha. A polícia ainda não tem suspeitos do crime.
Menino indígena morto
Samuel Davi de quatro anos morreu e dois jovens de 21 e 23 anos ficaram feridos na noite do dia 22 de outubro, após serem baleados em um distrito da cidade de Santa Cruz Cabrália. As vítimas estavam no bairro Carajás, no distrito de Coroa Vermelha, quando ocorreu o crime. Na ocasião, um homem chegou ao local atirando e eles foram atingidos. Os dois homens foram socorridos para o Hospital Municipal Professor José Maria de Magalhães e sobreviveram. Já a criança não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O suspeito de matar a criança, Moisés Maia Santos, que também é indígena, está preso em Eunápolis. Ele foi encontrado pela Polícia Civil, dois dias após o crime, na casa do pai dele. Ele é suspeito de envolvimento com tráfico de drogas e roubos.
Reprodução: G1 – Bahia