Na semana decisiva em busca de votos contra a denúncia, o Palácio do Planalto intensificou o atendimento aos deputados que queriam cargos e emendas parlamentares em troca de apoio na Câmara.
Emendas são recursos públicos usados por deputados em suas bases eleitorais, geralmente para pequenas obras. Eles cobraram a liberação do dinheiro para ajudar o governo a derrubar a segunda denúncia.
Com o ministro Antonio Imbassahy exonerado desde a semana passada para reforçar o time de Temer na Câmara, quem assumiu a articulação com os parlamentares nos últimos dias e ficou responsável pelo atendimento das demandas de recursos foi Ivani dos Santos, secretária-executiva da Secretaria de Governo.
Segundo fontes ouvidas pelo Blog, Ivani "mandou" na liberação das emendas na ausência do Imbassahy, fez o atendimento de parlamentares e despachava diretamente com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) na reta final das articulações.
Ivani estava no ministério antes mesmo de Imbassahy. Ela era braço direito de Geddel Vieira Lima, ex-ministro que está preso, e também foi braço direito de Eduardo Cunha quando ele foi líder do PMDB. Cunha também está preso.
Além de Geddel e Cunha, Ivani foi nome de confiança de Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do governo Dilma e Temer, que também está preso em decorrência dos desdobramentos da Operação Lava Jato.
Na página na rede social do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), por exemplo, ele publicou uma foto na terça-feira (24) ao lado de Ivani e relatou que conseguiu, após reunião com ela, R$ 1 milhão para uma obra no Piauí, sua base eleitoral.
Procurada, a assessoria da Secretaria de Governo afirmou que nem o ministro nem Ivani irão se manifestar.
Blog da Andreia Sadi/G1 (AO)