Após o prefeito de Salvador ter anunciado a construção de um centro de convenções na área do antigo Aeroclube, o governador Rui Costa afirmou em entrevista à imprensa que irá manter a implementação de um novo espaço de eventos na região da Avenida Paralela, em Salvador.
O projeto apresentado pela prefeitura prevê um investimento de R$ 123 milhões. Já a proposta do Estado idealiza uma estrutura de R$ 400 milhões.
De acordo com o governador, a diferença de custos tem a ver como porte do equipamento. "O Estado vai fazer um centro de convenções que possa disputar eventos internacionais. A Bahia não se contenta apenas de ter um centro apenas para fazer formaturas ou casamentos. A Bahia quer ter um centro que dispute eventos internacionais e um centro de tamanho internacional não custa R$ 100 milhões".
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), Glicério Lemos, a iminente construção de dois equipamentos coloca em evidência um necessário estudo de demanda.
"Isso aí é uma coisa técnica que deve ser estudada com muito cuidado, porque Salvador está fora do circuito de grandes eventos e agora pode receber dois centros de convenções. Tem demanda? Seria uma superoferta? Então, eu diria que a ABIH se posiciona para que se estude o mercado".
Para o que Bahia estava acostumada a receber de público até a interdição do atual Centro de Convenções, que é administrado pelo Estado, Lemos diz que a estrutura proposta pela prefeitura daria suporte.
"O Centro de Convenções atual abrigou vários eventos internacionais e suportou. Esse agora da prefeitura tem a capacidade para atender a 14 mil pessoas, tem capacidade para atender a qualquer evento", defendeu.
O centro proposto pela prefeitura será construído na área do antigo Aeroclube. Em 2014, a gestão municipal tinha anunciado que o espaço iria abrigar um novo shopping com investimento de mais de R$ 200 milhões, que teria como contrapartida a construção do parque em uma área correspondente a 50% do terreno.
A previsão era de que o espaço ficaria pronto em dois anos. Entretanto, segundo a prefeitura, houve descumprimento de cláusulas do contrato por parte do consórcio que seria responsável pela obra e que, por isso, o acordo foi rompido de forma unilateral. O contrato foi rompido em junho deste ano.
A proposta da prefeitura da construção de um centro de convenções ocorreu na segunda-feira. Já o projeto do Estado foi apresentado em setembro deste ano, dois anos após o espaço que administra no Stiep ter sido interditado após a constatação da falta de manutenção predial.
O local foi fechado para obras, mas em setembro de 2016 parte da fachada do prédio desabou.
Reprodução/G1 (AO)
