Os deputados da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) estão votando neste momento, pelo painel eletrônico, o relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que sugere não conceder autorização para que sejam processados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) defendeu o voto com o relator, dizendo que não há provas, e apenas a palavra de delatores contra a dos acusados. “Nós estamos vivendo agora os capítulos finais de um teatro do absurdo, com a tentativa do ex-procurador-geral [da República, Rodrigo Janot] de depor o presidente da República, por ter nomeado um desafeto seu para o cargo”, disse.
Para o deputado Beto Mansur (PRB-SP), é preciso esclarecer à sociedade que a denúncia é uma perseguição ao presidente Temer. Em resposta, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) argumentou que a denúncia tem fundamento, e não é o Ministério Público que está sob suspeita, e sim o governo Temer. “Precisamos ver o que está na denúncia, porque há provas de vários atos, não apenas relativos à primeira denúncia, como se falou, mas com relação a novos crimes”, disse. Já o deputado Ivan Valente (Psol-SP) disse que os deputados precisam se afastar do corporativismo e aprovar a apuração da denúncia. “Os parlamentares foram o dia inteiro ao Palácio do Planalto para que o presidente lhes oferecesse benesses em troca dos votos”, disse.
Posição dos partidos
Orientaram votação a favor do parecer: PMDB, PP, PSD, PR, DEM, PRB, PTB, SD, PSC e Pros, enquanto PT, PSB, PDT, Pode, PCdoB, PPS, PHS, Rede e Psol foram contrários. PSDB e PV liberaram suas bancadas, para que votem como quiserem. Nos últimos dias, quatro deputados titulares foram trocados na comissão, dois no PSD e dois no PSB. O PSB chegou a trocar hoje seu líder, que agora é o deputado Júlio Delgado (MG), que trocou os deputados que votariam a favor do relatório por outros que são contrários.
Na primeira denúncia, foram trocados 11 deputados do PMDB, do PP, do PR, do PRB, do PSD, e do SD.
Fonte: Câmara dos Deputados