Política

PF apreende documentos na casa de Lúcio Vieira Lima em Salvador

Policiais federais deixaram a casa de Lúcio em Salvador após 3h30 de buscas

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Em Salvador, policiais federais apreenderam nesta segunda-feira, 16, documentos na casa do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Oito agentes ficaram cerca de 3h30  no apartamento do parlamentar no edifício Residencial Du Valle, no bairro do Chame-Chame.

Também são cumpridos mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado na Câmara dos Deputados e na residencial oficial do parlamentar em Brasília. Por conta da ação na Casa legislativa, os policiais federais bloquearam o acesso ao 6º andar do prédio. Apenas servidores e deputados tiveram passagem autorizada. Após mais de 5 horas de buscas, os policiais liberaram o acesso ao local.

A ação é um desdobramento da operação "Cui Bono", que descobriu R$ 51 milhões em caixas e malas em um apartamento ligado a Geddel. Agora, os policiais investigam a ligação de Lúcio Vieira Lima com o dinheiro, já que o proprietário do imóvel disse que o deputado teria pedido o apartamento emprestado para guardar objetos do pai falecido. Além disso, foi encontrado um recibo no nome de Marinalva de Jesus, que é funcionária de Lúcio, no "bunker".

Essa é a primeira operação deflagrada a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que tomou posse no dia 18 de setembro. Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Policiais fizeram buscas no apartamento de Lúcio no Chame-Chame (Foto: Joá Souza | Ag. A TARDE)

Além de Lúcio, o secretário parlamentar lotado no gabinete do deputado, Job Ribeiro Brandão, também é alvo da ação desta segunda. Ele também é investigado porque a PF identificou fragmentos de digitais dele no "bunker" em Salvador.

Cui Bono

A investigação envolvendo a operação Cui Bono foi dividida em duas partes na semana passada. A que investiga supostos desvios na Caixa Econômica Federal na época em que Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica continua com a Justiça Federal de Brasília. Por conta dessa investigação, Geddel foi preso duas vezes. Na primeira, ele foi liberado para cumprir prisão domiciliar, mas acabou sendo detido novamente após a descoberta do "bunker".

A outra parte da investigação está no STF, já que envolve o deputado que tem foro privilegiado. Não há indícios de envolvimento dele na suposta fraude envolvendo a Caixa. O parlamentar é investigado por conta de um possível envolvimento dele com o dinheiro encontrado no "bunker".

A PF relaciona o montante encontrado no apartamento com corrupção envolvendo o PMDB na Câmara.

Advogados de Lúcio estiveram no prédio dele no Chame-Chame, em Salvador, mas não quiseram falar com a imprensa. Eles disseram que a defesa vai se pronunciar em breve. 

Reprodução/A tarde (AO)