Brasil

Ministro descarta intervenção militar no país

Jungmann passou cerca de três horas no Comércio e seguiu para Base Naval de Aratu onde conheceu navios que destroem minas subaquáticas

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Jungmann passou cerca de três horas no Comércio e seguiu para Base Naval de Aratu onde conheceu navios que destroem minas subaquáticas - Foto: Luciano da Matta l Ag. A TARDE

“Obviamente, que não há a menor chance, a menor possibilidade de uma intervenção militar no Brasil”, descartou o titular do Ministério da Defesa, Raul Jungmann, que esteve, nesta sexta-feira, 13, em Salvador, para agenda de compromissos com a Marinha do Brasil, no 2º Distrito Naval, no Comércio.

“Da parte das Forças Armadas, a nossa resposta é a seguinte: dentro da Constituição, tudo. Fora dela, nada. Não há nem hipótese, nem motivo para haver uma intervenção. O Brasil não precisa de tutelas e está vencendo uma crise ética e moral”, diz Jungmann.

Segundo o ministro, para lidar com a corrupção, é preciso dar crédito às instituições. “Temos que apoiar esse caminho. É duro, é doloroso, conviver com escândalos o tempo todo, mas não era isso [o combate à corrupção] que esperávamos?”, indagou.

Jungmann, que veio à capital baiana para conhecer a frota de navios que compõe a Força de Minagem, falou também sobre investimentos nas Forças Armadas, corte de gastos, patrulhamento de fronteiras e trabalho de ocupação do Exército na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.

No que tange à intervenção do Exército no Rio, Jugmann argumentou que os militares estão apenas limitados a fazer o cerco à comunidade para fornecer retaguarda aos órgãos de segurança pública.

Não há intervenção diretamente no confronto com os criminosos ou fazer buscas em casas.

“Nas ocupações do Complexo do Alemão e favela da Maré, assim que o Exército saiu, os criminosos voltaram, pois, enquanto as Forças Armadas faziam seu papel, o governo não cumpriu o papel de levar educação, saúde e assistência social”, avaliou.

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Função

“Deixar a tropa na rua em patrulha faz o bandido se retrair, mas voltar quando sairmos. Cabe à polícia fazer busca, apreensão e prisão. Nós não vamos resolver o problema da segurança no Brasil, quem tem que fazer isso são os estados”, diz.

O ministro passou cerca de três horas reunido com militares de alta patente no Comércio, entre eles o comandante do 2ª Distrito, vice-almirante Almir Garnier Santos, antes de seguir para Base Naval de Aratu, onde conheceu os quatro navios que têm a função de destruir minas subaquáticas.

“O 2º DN é referência no serviço de desminagem, pois as minas são artefatos para bloquear acesso a portos. Aqui, temos navios dos anos 1970, que precisam ser modernizados ou trocados, o que é fundamental para a defesa do país. Faz parte do meu trabalho inspecionar”, acrescentou.

De acordo com o ministro, mesmo em um cenário de contingenciamento – o governo Temer cortou em agosto passado, 44% das verbas das Forças Armadas, que caíram de R$ 17,5 bilhões para R$ 9,7 bilhões –, há previsão para manter investimentos no setor militar.

“Mas nós já antevemos a liberação, praticamente, de tudo aquilo que foi contingenciado. As Forças Armadas, hoje, têm plenas condições de encerrar o ano sem dificuldade operacional. Temos que pensar no orçamento de 2018, que nos permita modernizar a frota de desminagem”, disse.

Resultado de imagem para fotos de apreensão de grande quantidade de drogas pela policia federal

Narcotráfico

Para o ministro, a atualização da frota de navios é fundamental para a Defesa, diante dos 7.400 quilômetros (km) do litoral brasileiro, por onde o oceano Atlântico responde por cerca de 96% das transações comerciais do país com nações estrangeiras.

É também pelas fronteiras que entram a maior parte das armas e drogas que abastecem o crime organizado do narcotráfico por todo o país, o que gera reclamações de secretários de segurança pública por um patrulhamento mais eficiente nos limites brasileiros.

“Nós temos a terceira maior fronteira do mundo, que faz limite com quatro grandes produtores de drogas. São 9 mil km de fronteiras molhadas, compostas por florestas e água. Não é uma tarefa fácil, mas estamos no limite da nossa capacidade de patrulha”, assegurou o ministro.

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Cavalo Marinho I

O ministro também falou sobre o acidente com a lancha Cavalo Marinho I, no último 24 de agosto, que deixou 22 mortos, situação para a qual Jungmann avalia a necessidade de melhorar o sistema de controle de embarcações de transporte.

“O inquérito está em curso, para levantar os fatores que levaram ao acidente. Após a conclusão, daremos encaminhamento para a Justiça. Também temos a Operação Verão, para melhorar o patrulhamento quando aumenta o fluxo de embarcações e a campanha Legal no Mar que alerta sobre segurança”, completou.

A Tarde////AF////