Pacientes com tumores no cérebro que precisam fazer exame de tomografia no Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, estão sem assistência, pois o tomógrafo da unidade de saúde, que atende a pacientes de 127 municípios da região, está quebrado há três meses. O diretor geral do hospital, José Carlos Pitangueira, disse que o orçamento para conserto do aparelho já foi liberado. "Dependemos agora desse prazo da entrega do produto e o técnico colocar. Eu acredito que em 12 dias nós estamos [com o aparelho] funcionando. Eu não posso garantir, mas todas as cirurgias estão sendo feitas, inclusive de alguns pacientes que já estavam marcadas", explicou.
Entre os pacientes que precisam fazer tumografia está o idoso José Melquiades da Paz, de 69 anos. Ele está com quatro tumores no cérebro, precisa fazer a cirurgia, mas antes do procedimento é necessário fazer uma tomografia. Filha de Melquiades, a dona de casa Carolina Paz diz que está desesperada com a situação, já que a família corre contra o tempo para ajudar a manter a saúde do idoso.
"Meu pai já tem dois meses nessa situação e eu não estou aguentando mais vê-lo desse jeito. Vai esperar meu pai morrer para consertar essa máquina?", questionou Carolina. O marido da dona de casa Lídia Souza Lobo vive uma situação parecida. Hermenegildo, de 76 anos, está internado no Hospital Geral Clériston Andrade há três meses. Ele também tem um tumor no cérebro, e segundo Lídia ele precisa de uma cirurgia. "Pediram para aguardar, mas não tem mais condição de aguardar porque o caso dele está agravando. Ele precisa do exame e da cirurgia com urgência", revelou Lídia Souza.
Outra dona de casa, Annaiana Souza contou que o sogro, de 60 anos, também está aguardando o exame para fazer a cirurgia. O idoso foi internado há dois meses no Clériston Andrade com fortes dores na cabeça. Ela disse que procurou a direção do hospital. "Pedem para aguardar, porque a máquina [tomógrafo] está quebrada, que tem mais de dois meses que essa máquina está quebrada e que as pessoas que consertam vêm de São Paulo, mas não tem previsão", revelou Annaiana.
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