Ao atacar no mérito a segunda acusação do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que imputa organização criminosa e obstrução de Justiça ao presidente Michel Temer, a defesa sustenta, em 89 páginas entregue ao presidente da Câmara Rodrigo Pacheco (PDMB-MG) nesta quarta-feira, 4, que a denúncia ‘é um amontoado de fatos havidos antes de sua chegada à Presidência, e algumas poucas menções a ocorrências posteriores a maio de 2016 (quando Temer assumiu o cargo)’.
A defesa diz que ‘não há como prosperar a denúncia, razão pela qual requer a essa Câmara dos Deputados que negue autorização ao prosseguimento do processo até que se encerre o mandato (presidencial)’.
No capítulo em que buscam derrubar a acusação por obstrução de Justiça, os defensores do presidente partem para cima do empresário Joesley Batista, da JBS, do executivo Ricardo Saud, da J&F, e do doleiro Lúcio Funaro, todos delatores de Temer.
Os advogados do presidente os chamam de ‘iscariotes’, referência expressa a Judas, um dos 12 apóstolos que, de acordo com os evangelhos canônicos, foi o traidor que entregou Jesus a seus carrascos.
Reprodução: Estadão Política