Bahia

Serviço de reumatologia anuncia que irá fechar as portas e deixa pacientes apreensivos em Salvador

Unidade diz que irá deixar de atender aos pacientes em janeiro de 2018.

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Unidade que presta serviço de reumatologia funciona na Adab, em Salvador (Foto: Reprodução / TV Bahia)

Fundado há 25 anos, o serviço de reumatologia do Ambulatório Docente-Assistencial da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Adab), em Salvador, está prestes a fechar as portas. Sem médicos e leitos para internamento, a unidade já suspendeu cadastros de novos pacientes e anunciou que irá encerrar completamente os atendimentos em janeiro de 2018.

O médico Mittermayer Santiago, que fundou o serviço, explica que o ambulatório começou a funcionar no Hospital Santa Izabel com o objetivo de atender de forma filantrópica a pacientes reumatológicos complexos, tendo os pacientes com lúpus nos atendimentos prioritários. O lúpus é uma doença inflamatória em que o sistema imunológico ataca os próprios tecidos.

Ao longo dos anos, Santiago diz que o número de pacientes aumentou muito e o ambulatório precisou ser ampliado. Ele afirma que buscou a Adab, que cedeu a estrutura física para o atendimento ambulatorial dos pacientes reumatológicos. Desde então, há 9 anos, o ambulatório funciona na Adab e os leitos de internação continuam no Hospital Santa Izabel.

Santiago conta que, atualmente, o atendimento feito por ele e a equipe é praticamente voluntário. Sem equipe, afirma que só conta com mais um médico para atender uma cartilha com 1.500 pacientes cadastrados.
Além da falta de equipe, Santiago diz que a redução de leitos de internamento do SUS no Hospital Santa Izabel também dificulta o encaminhamento dos pacientes assistidos pelo ambulatório, caso necessitem de internação.

Outra situação citada como problema tem a ver com a formação de médicos especializados em reumatologia. Santiago conta que apenas um médico reumatologista é formado na Bahia por ano.
"Como a gente lida com um população com doenças extretamente complexas, lúpus é o carro-chefe delas, a gente precisa ter um respaldo hospitalar para internações de urgência, senão teremos consequências graves. Esse é um cenário sombrio e eu acho sombrio, porque não vejo nehuma solução mágica".

Reprodução/G1 (AO)