O Datafolha, que mostra Lula disparado em primeiro lugar nas intenções de voto, tem resultados esquizofrênicos, quando confrontados com levantamentos do próprio instituto, e curiosos, se comparados aos de concorrentes seus.
Senão, vejamos:
— A taxa de rejeição de Lula continua a mais alta entre todos os possíveis candidatos, embora tenha diminuído um pouco, em relação à pesquisa realizada pouco antes de ele ser condenado no processo do triplex. 42% do eleitorado não votariam nele de jeito nenhum, segundo o Datafolha. É uma rejeição bem menor do que a apontada pela mais recente pesquisa do Instituto Paraná, da ordem de 54%. O DataPoder360, por sua vez, apontou uma rejeição de 56% do eleitorado a qualquer candidato do PT. Tudo bem que, no geral, o viés é de baixa. Ainda assim, ninguém consegue ser eleito com um taxa de rejeição que vai de 42% a 56%,
— Lula perdeu substancialmente a capacidade de transferir votos. Somente 26% dos eleitores votariam num candidato apoiado por ele, contra 37% em 2014.
— Aumentou, ainda, o número de eleitores do espectro ideológico que vai do centro à direita. Passou de 58% para 65%, no Datafolha, de junho para cá. Não parece gente disposta a votar num Lula radicalizado, em nada paz e amor. A menos que boa parte dos eleitores que se declaram de centro seja, na verdade, de esquerda.
— O número de eleitores que considera muito importante que um candidato a presidente nunca tenha se envolvido num caso de corrupção é de 87%, de acordo com o Datafolha. Está muito longe de ser o caso de Lula.
— Por último, mas não menos importante, no Datafolha as intenções de voto em Lula no primeiro turno chegam a 35%, 36%. No Instituto Paraná e no DataPoder360, elas são menores em 10 pontos percentuais, com viés de baixa.
Até o momento, só no Datafolha o condenado Lula aumenta as suas chances de ser eleito presidente da República. Esperemos que o instituto esteja errado. E que esquizofrênicos sejam apenas os seus números.
O Antagonista////AF///