A Justiça estadual acatou, nesta terça-feira (16), a denúncia do Ministério Público do Estado e decretou a prisão preventiva de 15 policiais, sendo 13 militares de dois civis, envolvidos no caso que ficou conhecido como "Chacina de Pau D'Arco", em que 10 trabalhadores foram mortos durante operação policial realizada na fazenda Santa Lúcia, no município de Pau D’Arco, sudeste do estado.
O crime ocorreu no dia 24 de maio. Um grupo de policiais civis e militares foi até a fazenda para dar cumprimento a mandados de prisão de suspeitos de envolvimento na morte de Marcos Batista Ramos Montenegro, um segurança da fazenda que foi assassinado no dia 30 de abril.
Segundo a perícia da Polícia Federal, ao menos seis armas usadas por policiais foram disparadas durante a ação de reintegração de posse em Pau D'arco. A principal linha de investigação é de que não houve confronto e sim execução. Os policiais teriam atirado contra os trabalhadores rurais em uma ação planejada.
A chacina
De acordo com a investigação da PF, os policiais foram divididos em grupos: um seguiu a pé e os outros em carros. Ao perceber a presença da polícia, os posseiros fugiram para um ponto no interior da fazenda. Como chovia no local, os policias encontraram os posseiros abrigados em baixo de uma lona e dispararam. Quatro pessoas foram atingidas. Os demais trabalhadores rurais foram rendidos e, em seguida, houve outra sequência de disparos. No total, dez agricultores foram mortos. Nenhum policial foi atingido.
Seis das armas dos 29 policiais civis e militares que participaram da ação efetivaram disparos. De acordo com a perícia, não há indícios de que os trabalhadores rurais tenham atirado. Embora cápsulas de armas dos agricultores tenham sido encontradas no local, há depoimentos de testemunhas que indicam que tais armas foram usadas pelos policiais contra as vítimas.
A perícia feita nos corpos concluiu que nove posseiros foram baleados no peito e uma mulher atingida na cabeça com um tiro à queima-roupa. Ainda segundo os peritos, não havia marcas de bala nos coletes dos policiais.
Fonte: G1