Greenpeace protestou nesta segunda-feira (18) contra a falta de medidas mais rígidas contra a emissão de poluentes por ônibus na capital paulista. A manifestação, realizada na frente da Câmara de São Paulo, representou o enterro de 11 pessoas que morrem todos os dias na capital em razão da poluição, segundo o movimento. Um homem vestido de "Morte" segurava uma objeto lembrando uma foice com a palavra "diesel".
O protesto acontece no âmbito das discussões da nova regulamentação em relação a adoção de uma frota de ônibus mais limpa na capital. A Câmara deverá votar nas próximas semanas uma alteração em lei de 2009 que obriga que até o ano que vem toda a frota de ônibus da capital seja composta por veículos a base de combustíveis renováveis.
A gestão João Doria (PSDB) afirma que não conseguirá cumprir a lei, já que menos de 2% dos ônibus têm energia limpa atualmente. A prefeitura tentará mudar a lei para dar prosseguimento à licitação do serviço de ônibus, já que os atuais contratos venceram em 2013 e estão sendo renovados anualmente de forma emergencial com a indefinição em relação ao novo serviço.
Segundo Davi Martins, especialista do Greenpeace na área de mobilidade, as discussões sobre as mudanças nas regras não são satisfatórias porque não preveem uma meta de frota 100% limpa na capital. O último projeto a ser apresentado foi um substitutivo do presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), que prevê que a frota reduza a emissão de dióxido de carbono em 10% em 5 anos e 40% em dez anos. Há também previsão para redução de outros poluentes, como redução de 80% de material particulado em dez anos – os ônibus são responsáveis por 7,4% da emissão de material particulado na capital, uma poeira fina bastante prejudicial à saúde.
Fonte: G1 (FA)