A investigação sobre o “tesouro” escondido pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) poderá ser enviada nos próximos dias para análise do Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo é que, em operação deflagrada na semana passada, a Polícia Federal encontrou indícios de envolvimento do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) nos crimes sob investigação. Conforme a Constituição, congressistas têm foro por prerrogativa de função e só podem ser alvos de inquéritos criminais que tramitem na Corte.
No depoimento prestado à PF, o dono do apartamento em que foram encontrados R$ 51 milhões, Silvio Antônio Cabral da Silveira, disse que foi Lúcio quem pediu o imóvel emprestado e que o fez em nome da amizade com o parlamentar, embora não conhecesse Geddel. Além disso, no local, foi encontrada uma fatura em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, apontada como empregada doméstica do congressista.
Diante dos indícios, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, pediu que a Procuradoria da República no Distrito Federal se pronunciasse sobre a necessidade de envio do inquérito ao STF. A análise estava sendo feita pela procuradora Sara Moreira, da força-tarefa da operações Greenfield, Sépsis e Cui Bono. Se o magistrado decidir enviar o caso ao STF, caberá aos ministros da Corte deliberar se toda a investigação correrá na instância superior ou apenas a parte referente a Lúcio.
O deputado não atendeu aos telefonemas da reportagem.
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