Brasil

PF suspeita que coronel amigo de Temer seja dono de offshore no Uruguai

Relatório da Polícia Federal considera possibilidade de que João Baptista Lima Filho seja proprietário de empresa envolvida em transações suspeitas fora do país.

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João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo de Temer (Foto: Reprodução/TV Globo)

Relatório divulgado nesta segunda-feira (4) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aponta que o coronel João Baptista Lima Filho, amigo e homem de confiança do presidente Michel Temer, pode ser dono de uma offshore no Uruguai usada para transações suspeitas.

O apartamento do coronel, uma cobertura de luxo na capital paulista, foialvo de buscas da Polícia Federal durante a Operação Patmos, deflagrada em maio, após a delação da JBS. Ricardo Saud, um dos executivos do grupo, afirmou em depoimento que, em 2014, Temer pediu R$ 1 milhão em propina, e pediu que o dinheiro fosse entregue ao coronel Lima.

A PF analisou parte do material apreendido no apartamento do coronel e o resultado da análise foi apresentado nesta segunda.

Uma planilha mostra que, em abril deste ano, duas empresas do coronel – A PDA Projeto e Direção Arquitetônica e a PDA Administração e Participação – tinham mais de R$ 23,6 milhões em conta corrente. A reportagem visitou as duas empresas, que também ficam em São Paulo, e encontrou as portas fechadas em horário comercial nos dois endereços. Nenhum funcionário foi visto.

No apartamento de Lima, investigadores também localizaram escrituras envolvendo a compra e venda de dois imóveis pela empresa Langley – uma offshore registrada em Montevidéu, no Uruguai. Um dos imóveis negociados pela empresa era o próprio apartamento que foi alvo das buscas.

A Polícia Federal "considera a possibilidade" que a offshore pertença a João Baptista Lima Filho, e que ele tenha usado um laranja para comprar e vender imóveis por ela. Os policiais também apreenderam um celular com arquivos que podem dar pistas sobre outras transações envolvendo as empresas do coronel.

Reprodução/G1