Política

Aécio diz que Tasso fica na presidência do PSDB até dezembro

Presidente licenciado fez anúncio após reunião com dirigentes estaduais.

NULL
NULL

Resultado de imagem para Aécio diz que Tasso fica na presidência do PSDB até dezembro

O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quinta-feira (24) que o senador Tasso Jereissati (CE) ficará na presidência do partido, de forma interina, até dezembro, quando deve acontecer a convenção nacional que escolherá o novo presidente da sigla e o candidato tucano à Presidência da República nas eleições de 2018.

Aécio fez a declaração após se reunir com parlamentares do PSDB e presidentes dos diretórios estaduais, na sede nacional do partido, em Brasília.

"Nós temos uma relação pessoal extraordinária, o que nos permite divergir sobre determinadas questões. Mas as divergências foram superadas e nós continuaremos na nossa trilha de construir um projeto para o país, e isso pressupõe um PSDB unido. E a unidade se dará em torno da interinidade do senador Tasso até o mês de dezembro, onde, aí sim, o PSDB elegerá, pela sua convenção, uma nova direção representando todos os segmentos do partido. E já sob alguma influência do futuro candidato do PSDB", afirmou Aécio aos jornalistas.

O senador cearense, que está no comando interino do PSDB desde maio – quando Aécio pediu licença da presidência depois de ser afastado do mandato parlamentar por ordem do Supremo Tibunal Federal (STF) – vinha sofrendo, nos últimos dias, fortes pressões para renunciar ao posto.

O PSDB está rachado desde a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, no início deste mês. Na ocasião, dos 47 deputados da legenda, 21 se posicionaram a favor do prosseguimento do processo, que poderia culminar no afastamento do peemedebista do Palácio do Planalto.

Além disso, na semana passada, o clima no tucanato ficou ainda mais tenso com a propaganda partidária veiculada na TV na qual a atual direção do PSDB criticou o "presidencialismo de cooptação" e disse que errou ao aceitar como "natural" a troca de favores individuais em prejuízo "da verdadeira necessidade do cidadão brasileiro".

Essa propaganda gerou acusações entre expoentes tucanos. De um lado, a corrente do PSDB – comandada por Aécio – que defende a aliança com Temer, apesar das suspeitas de que o presidente da República cometeu crime de corrupção passiva.

Na outra trincheira tucana, dando suporte a Tasso, está um grupo que defende a ruptura da sigla com o governo federal, especialmente, os chamados "cabeças pretas", que representa a ala mais jovem da legenda.

Em meio ao racha do PSDB, Temer aproveitou para fortalecer Aécio, convidando o senador de Minas para reuniões particulares. Segundo o colunista do G1 e da GloboNews Gérson Camarotti, o movimento do presidente da República tinha como objetivo articular a substituição imediata de Tasso do comando da sigla.

No dia em que foi exibida na TV a propaganda do PSDB, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse que o vídeo foi um "tiro no pé" do partido. Já o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, declarou que a propaganda partidária havia ofendido a legenda.

'Mágoa'

Após participar da reunião, o deputado Rogério Marinho (RN), que na última segunda-feira (21) havia dito que Tasso não estava representando o pensamento majoritário dos integrantes da legenda, afirmou que a palavra de ordem da reunião foi 'unidade'.

"A nossa preocupação sempre foi a unidade e está restabelecida, então, está tudo bem", enfatizou.

Questionado sobre se a crise deixou mágoas, Marinho brincou: "Num namoro quando tem mágoa, a relação volta até mais quente."

"O partido não está dividido, não tem dois lados. Tem um lado só, que é a favor das reformas", complementou o deputado tucano.

Reprodução/G1