Na última segunda-feira (21), um jovem foi morto a tiros em Ilha de Maré, em uma localidade conhecida como Bananeiras, por volta das 17h. Apesar do crime ter ocorrido há quase 48 horas, o corpo ainda permanece no local do homicídio, que segundo moradores em contato com o BNews, é um pequeno matagal próximo à residências.
Na manhã desta quarta-feira (23), a vítima foi identificada como Luiz Otávio dos Santos, 21 anos. O pai do jovem implora por ajuda para ter direito de enterrar o filho. "Eu só quero ter o direito de enterrar meu filho, só isso. Não estou pedindo nada demais", declarou Eliomar Santos em contato com nossa reportagem.
O pai contou que soube da morte do filho horas depois do crime e que procurou a polícia, mas não obteve nenhuma ajuda. "Meu filho foi morto na Ilha de Maré, na segunda de tarde, eu soube pela noite, não deu para ir buscar o corpo. Ontem (terça-feira) eu procurei todos os departamentos e nenhum conseguiu resolver nada", disse ao revelar que a polícia está impossibilitada de ir ao local.
"Alguns policias, acho que do DHPP [Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa], estiveram comigo na delegacia, e foram informados que os barqueiros se recusam a fazer a travessia de policiais para Ilha de Maré após serem ameaçados por traficantes da região. A polícia não tem barco próprio e agora estão tentando negociar um barco para eu pagar e ir lá buscar o corpo do meu filho. Isso é um absurdo. Tanto investimento que é feito na polícia e a polícia não tem um barco, sabendo de tantas ocorrências que acontecem na Ilha. Cadê o secretário de Segurança Pública que não vê isso?", questiona ao fazer o desabafo. "O corpo do meu filho já está em decomposição. O sofrimento da minha família é enorme. Eu só quero enterrar meu filho, nada mais".
Ao BNews, moradores da Ilha afirmaram que já foram feitos diversos contatos com a polícia para informar sobre o crime, o que não adiantou. A reportagem procurou o Departamento de Polícia Técnica (DPT), que desconheceu a ocorrência, também não registrada no boletim diário da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e nem no Centro Integrado de Comunicação (Cicom). Até o fechamento da matéria, o DPT não deu retorno sobre a denúncia. A reportagem não conseguiu contato com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
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