Alvo de "fogo amigo" dos partidos que integram o chamado "centrão", o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), afirmou nesta terça-feira (15) que não teme deixar o comando da articulação política do Palácio do Planalto por pressão de parte da base aliada. Desde que o PSDB rachou na votação da denúncia contra Michel Temer, as cadeiras ocupadas por tucanos na Esplanada dos Ministérios passaram a ser objeto de cobiça dos deputados do "centrão".
Imbassahy participou na manhã desta terça – ao lado do chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha – da solenidade de posse dos novos integrantes do Conselho Nacional de Juventude, realizada em um auditório dos anexos do Palácio do Planalto.
Ao final do evento, o ministro da articulação polífica foi questionado por jornalistas sobre o desejo dos partidos do "centrão" de ficar com a Secretaria de Governo, pasta que faz o meio-campo político do Planalto com o Congresso Nacional. Ao responder, o tucano disse que não tem qualquer receio de deixar o primeiro escalão.
“Não temo nada”, enfatizou Imbassahy aos repórteres.
Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, os líderes do "centrão" já têm apontado, em conversas reservadas com integrantes do Planalto, o atual líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), para a vaga de Imbassahy.
O "centrão" é uma aliança de partidos de centro-direita com posições conservadoras, com destaque para PP, PR, PSD, PTB e PSC. O bloco informal foi idealizado pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Depois de abandonar Dilma Rousseff às vésperas da votação do impeachment, o "centrão" passou a apoiar Temer no parlamento.
Na votação da denúncia de corrupção apresentada pela Procuradoria Geral da República contra o presidente da República, os votos do "centrão" foram decisivos para evitar que a acusação fosse analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Os líderes do "centrão" cobram do presidente cargos que estão com o PSDB, cuja bancada se dividiu na votação da denúncia. Além da Secretaria de Governo, os tucanos ocupam outros três ministérios: Cidades, Relações Exteriores e Direitos Humanos.
Afago palaciano
Na solenidade desta terça-feira, Imbassahy foi elogiado pelo chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que também participou do evento. Ao saudar os presentes, Padilha cumprimento o tucano, um "companheiro" de lutas.
O chefe da Casa Civil afirmou que Imbassahy tem um "excepcional desempenho à frente da secretaria de Governo, uma secretaria que tem a responsabilidade de fazer o governo estar em todos os lugares, especialmente no Congresso Nacional".
Reprodução/G1