Os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) foram na manhã desta terça-feira (15) à residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para explicar a líderes da base aliada os motivos que vão levar o governo a propor o aumento da previsão de déficit de 2017 e 2018.
Até a última atualização desta reportagem, os dois ministros da área econômica ainda estavam no café da manhã na casa de Maia. Meirelles e Oliveira chegaram à residência oficial da Câmara por volta das 8h.
Além de Rodrigo Maia, participaram da reunião o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), e os deputados Baleia Rossi (PMDB-SP), Arthur Lira (PP-AL), Marcos Montes (PSD-MG), José Rocha (PR-BA) e Lelo Coimbra (PMDB-ES).
Após adiar por duas vezes o anúncio da nova meta fiscal, o governo deve, finalmente, divulgar oficialmente o tamanho do rombo nesta terça-feira.
A expectativa é de que a área econômica peça autorização para fazer um déficit (gastos maiores que receitas) de até R$ 159 bilhões neste ano e no próximo. O teto atual é de déficit de até R$ 139 bilhões, para 2017, e de até R$ 129 bilhões, para 2018.
Se a proposta de elevação do rombo for aprovada pelo Congresso Nacional, o governo ganharia autorização para que suas despesas superem as receitas com impostos e contribuições em até R$ 159 bilhões, tanto em 2017 quanto em 2018. No somatório dos dois anos, o rombo ficaria cerca de R$ 50 bilhões maior.
Ao longo do dia, técnicos do governo, ministros e o presidente Michel Temer irão fazer contas e negociar o tamanho do rombo nas contas públicas em 2017 e 2018. Meirelles e Oliveira terão o desafio, no café da manhã na casa de Maia, de convencer os parlamentares aliados da necessidade de se elevar a previsão de déficit.
A mudança da meta fiscal enfrenta resistências no Congresso Nacional. O próprio Rodrigo Maia – que tem se mostrado um dos mais fiéis aliados de Temer – é contra o aumento do rombo. O deputado do DEM tem se manifestado publicamente nas últimas semanas contra a manobra contábil.
Nesta segunda-feira (14), Maia voltou a criticar a provável mudança na meta fiscal. Na visão dele, a mudança representa um “jeitinho” e faz parecer que as “coisas caminham bem". Mas, segundo ele, "a gente sabe que não caminham bem”.
Reprodução/G1