A Polícia Federal realiza a operação Rosa dos Ventos em Campinas (SP) e cidades de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal na manhã desta terça-feira (15). De acordo com a reportagem da EPTV, afiliada do Rede Globo, desde as 6h policiais da PF e técnicos da Receita Federal estão em um prédio de escritórios na Avenida Norte-Sul cumprindo mandados de busca, apreensão e de prisões. As informações são de que se trata de um caso de sonegação fiscal e evasão de divisas de empresas do setor de distribuição de combustíveis que chegam a R$ 3 bilhões.
Segundo a PF, os crimes apurados são de ordem tributária, lavagem de dinheiro, falsificação de títulos públicos e negociações envolvendo pedras preciosas, impostos sonegados e multas não pagas. No total são 36 mandados de busca e apreensão e 24 mandados de prisão temporária, expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal. Um dos presos seria o chefe do esquema, dono de uma distribuidora de combustíveis.
No edifício da Norte-Sul onde foi iniciada a operação funcionam empresas de fachada e um escritório de advocacia alvos da operação. Diversos mandados estão sendo cumpridos em outros pontos de Campinas e mais cidades da região.
O inquérito policial foi instaurado em março de 2013, após fiscalização da Receita Federal do Brasil constatar sonegação fiscal em uma distribuidora de combustíveis de Paulínia (SP). Ao longo da investigação, a PF apurou que as distribuidoras de combustível eram registradads em nome de sócios-laranja e que não recolhiam os tributos que incidem sob a atividade. Com margens de lucro maiores e preços menores, empresas legítimas concorrentes foram obrigadas a fechar devido à concorrência desleal.
Ao mesmo tempo, há provas de que os investigados falsificavam títulos da dívida pública da União. Os papéis eram usados para aumentar o capital social das empresas e obter financiamentos. Apenas um dos títulos falsificados representaria uma dívida de R$ 32 bilhões para resgate em maio de 2003.
A investigação aponta que foram criadas dezenas de empresas, todas colocadas em nome de laranjas para ocultar os verdadeiros proprietários, cujo patrimônio pessoal era protegido por meio de empresas offshore localizadas em paraísos fiscais e por meio de empresas de participação abertas em nome de seus filhos.
No curso das investigações também foram produzidas provas de evasão de divisas, fraudes envolvendo pedras preciosas e fraudes à execução processual para frustrar direito de terceiros, sobretudo o fisco. Um lote de pedras preciosas que os membros da organização criminosa dizem lhes pertencer estava sendo negociado por US$ 650 milhões.
Os investigados responderão pelos crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, crimes de mineração, evasão de divisas e falsificação de papéis públicos, com penas de seis meses a 10 anos de prisão e multa.
Reprodução/G1