A pastoral carcerária quer que as três mulheres que estão grávidas, e as seis com bebês de colo, no Presídio Regional de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador, possam cumprir a pena em casa, para oferecer melhores cuidados às crianças. A Justiça já negou a saída delas para prisão domiciliar, segundo a direção do presídio.
“A pastoral compreende que assim como pessoas de poder aquisitivo têm suas reivindicações aceitadas, às vezes liberadas, também cada pessoa, de acordo com a situação, também possa criar seus filhos em casa, em uma pena alternativa”, diz o arcebispo de Feira de Santana, Dom Zanoni Demetino Castro.
O arcebispo participou de uma das visitas da pastoral com a direção do presídio na segunda-feira (14). O principal assunto abordado foi a situação das grávidas, que não têm o direito de criar os filhos em casa.
O diretor do presídio Allan Araújo diz que a Justiça pode decidir as exceções em que a pena domiciliar pode ser determinada, mas nenhuma das mães teve o direito concedido. "Existem exceções que podem ser concedidas pelo Judiciário. No caso delas, o Judiciário entendeu que não seria motivo suficiente para cumprir a pena em casa, e sim aqui”, afirma.
Para melhorar a qualidade de vida das mães e dos filhos, foi criado um berçário na ala feminina, mas as detentas disseram que o espaço não é suficiente para acolher todo mundo. No quarto só cabe a metade das crianças. O restante fica nas celas comuns.
É o caso de uma das mães que prefere não se identificar. Ela fica com as outras detentas junto com o filho de seis meses. A interna foi condenada a 7 anos de prisão pelo crime de roubo, mas gostaria de passar ao menos esse primeiro ano de vida da filha longe da unidade prisional.
"É muito pequeno [o berçário], a gente quer cuidar dos nossos filhos em casa. Eu prefiro lá no pavilhão, as meninas me ajudam a segurar meus filhos”, conta.
Reprodução/G1. Foto: Ilustração