Os advogados do casal João Santana e Monica Moura pediram ao juiz Sérgio Moro o desbloqueio de parte dos R$ 28,7 milhões que foram retidos pela Justiça e alegaram dificuldades financeiras do casal. A dupla já foi condenada duas vezes pela Operação Lava Jato pelo crime de lavagem de dinheiro. Atualmente, cumprem a pena em liberdade provisória.
O casal é acusado de receber milhões de dólares em conta secreta no exterior e milhões de reais em espécie no Brasil do esquema criminoso da Petrobras. Os valores, segundo o MPF, foram pagos a eles por empreiteiras com contrato com a estatal para remunerar serviços em campanhas eleitorais no Brasil.
A defesa disse também que a dificuldade financeira ocorre porque o casal não pode trabalhar e ter renda para seus gastos pessoais e de suas famílias. "Sendo, então, de vital importância a restituição dos valores remanescentes, inclusive, para pagamento dos honorários advocatícios", justificaram os advogados.
O pedido foi protocolado no sistema eletrônico da Justiça Federal do Paraná no dia 7 de agosto. Até a manhã desta segunda (14), o juiz Sérgio Moro não tinha se posicionado sobre o assunto.
Condenações
A última condenação do casal foi de 7 anos e 6 meses de reclusão pelo crime de lavagem de dinheiro em uma ação que investiga valores negociados (cerca de R$ 128 milhões) entre Palocci e a Odebrecht.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, US$ 10,2 milhões foram repassados para Santana e Mônica Moura, em troca de serviços eleitorais prestados ao PT. Nesta ação, eles foram absolvidos do crime de corrupção.
A primeira condenação foi em fevereiro de deste ano. O casal foi condenado a 8 anos e 4 meses também por lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, parte da propina paga a partir do esquema de corrupção existente na Petrobras foi destinada ao Partido dos Trabalhadores (PT) para pagar serviços eleitorais.
João Santana foi marqueteiro nas campanhas presidenciais dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Reprodução/G1