O dono da JBS, Joesley Batista, chegou às 9h15 para depor na sede da Polícia Federal em São Paulo nesta quarta-feira (9). Ele prestará depoimento em investigação sobre evitar perda em venda de ações após acordo de delação.
Segundo investigação do Ministério Público Federal, os controladores da JBS, organizados por meio da FB Participações, podem ter evitado uma perda de R$ 138 milhões com a venda de ações às vésperas de os executivos da empresa assinarem acordo de delação premiada
A JBS foi alvo de busca e apreensão na Operação Tendão de Aquiles, que investiga uso de informação privilegiada por parte das companhias.
Acordo de delação
O acordo de delação dos executivos da JBS foi firmado em 3 de maio. Entre 24 e 27 de abril – dias antes, portanto – a JBS comprou cerca de 19,8 milhões de ações da própria empresa, segundo as investigações. Desse total, 7,2 milhões foram vendidas pela FB Participações – empresa que reúne os negócios da família Batista. A operação é considerada atípica.
Desde que a delação foi divulgada, as ações da JBS chegaram a perder quase 40% do seu valor. A empresa informou que "todas as operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações".
Compra de dólar
Além da compra e venda de ações, a empresa é investigada por possíveis irregularidades em operações de câmbio. O pedido de investigação partiu da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que também apura o caso em processos administrativos. A CVM encaminhou a denúncia para o MPF fazer uma investigação criminal.
De acordo com as investigações, entre os dias 28 de abril, pouco antes da assinatura do acordo de delação, e 17 de maio, a JBS realizou diversas operações de câmbio aumentando sua posição em dólares. No dia seguinte, a moeda norte-americana disparou 8%.
Reprodução/G1