Bahia

Pacientes de hospital público no sul da BA denunciam plantão sem médicos

Hospital Geral Luís Viana Filho, em Ilhéus, atende uma média de 200 pacientes por dia.

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Placas no guichê de atendimento do Hospital Luís Viana Filho, em Ilhéus (Foto: Imagem/TV Santa Cruz)Os pacientes que recorrem ao atendimento público no Hospital Geral Luís Viana Filho, em Ilhéus, no sul da Bahia, relataram a falta de médicos na unidade de saúde durante o último final de semana, no sábado (29) e domingo (30). Entre os médicos em falta estavam clínico geral, pediatra e cirurgião. Na tarde desta segunda-feira (31), a equipe da TV Santa Cruz, filiada da TV Bahia no sul do estado, foi até o hospital e a sala de espera estava cheia. A maior parte dos pacientes era criança. Conforme a unidade de saúde, 200 pacientes por dia são atendidos, em média, por dia. A maioria dos casos é ambulatorial.

Por conta da falta de médicos, o Conselho Municipal de Saúde chegou a colocar cartazes na unidade de saúde para informar as pessoas a falta de médicos e disse que comunicou à situação para a secretaria municipal de saúde.

"Imediatamente entramos em contato com a secretaria de saúde do município e providenciamos o atendimento dessas pessoas. Uma senhora que estava em estado muito grave foi para o hospital de Itabuna. Foram disponibilizados dois carros para levar as crianças [pacientes] para o PS [Posto de Saúde] da zona sul e lá eles foram atendidos", relatou a conselheira municipal de saúde Adriana Nacif.

Com relação a falta de médicos no hospital em Ilhéus, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que está analisando as escalas do Hospital Geral Luís Viana Filho para ver a necessidade de recomposição das equipes. A Secretaria Municipal de Saúde disse que está apurando o motivo da falta de atendimento na emergência no sábado à noite.

Já a direção do hospital não gravou entrevista, mas disse que no sábado (31) o clínico geral que estava na escala não veio trabalhar e não deu satisfação. A situação se agravou depois das 19h quando o único pediatra que estava de plantão, cumpriu o horário, mas não tinha outro pra dar continuidade aos atendimentos. Para piorar, o ortopedista e o cirurgião que estavam trabalhando passaram mal e apresentaram atestado médico. A direção informou que os pacientes ficaram sem atendimento por duas horas, das 20h às 22h quando um outro clínico foi chamado pelo hospital.

O hospital também informou que aos domingos não tem tido pediatra porque está faltando profissional na região. Mas que no último domingo teve atendimento de outras especialidades. Auxiliar administrativa Andreia Gomes esteve na unidade de saúde no domingo e teve que voltar com o filho de seis anos pra casa, sem atendimento. "Mesmo ele estando com quadro de desidratação, o clínico não atendeu", denunciou Andreia.

A operadora de caixa, Ariane Quele Paiva, foi uma das pessoas que precisou ir à unidade de saúde nesta segunda-feira. Ela foi em busca de atendimento para o filho de dois anos que estava com febre e dor de cabeça. No sábado, ela foi no hospital e não tinha médico e por isso, retornou nesta segunda-feira. "Vim no sábado e no domingo e retornei hoje novamente [segunda]"

O técnico de informática Gabriel de Azevedo Carvalho, também foi ao hospital e não conseguiu atendimento. Ele esteve na unidade de saúde no fim de semana por causa de uma ferida na perna que infeccionou. "Ao chegar aqui não tinha médico nenhum, cirurgião, nada", contou.

O comerciante Daniel Carvalho também relatou problemas referentes a atendimento no final de semana. "Você chega para atendimento de urgência, você encontra placas dizendo que não tem médico, vem no dia seguinte tentando atendimento não consegue por falta de médico, vem na segunda, lotado", disse.

O Conselho Municipal de Saúde presenciou a falta de atendimento médico nesse fim de semana no hospital regional Luís Viana Filho

Reprodução/G1