O coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, disse nesta sexta-feira em entrevista ao “Jornal Hoje”, da “TV Globo”, que a falta de dinheiro para a Polícia Federal (PF) já compromete investigações da operação. Segundo ele, o contingenciamento de verbas da PF por parte do governo federal impede a polícia de deflagrar mais etapas da Lava-Jato. Ele afirmou que há uma série de linhas de investigação que estão paradas ou andando de modo lento, quando elas poderiam já estar avançadas.
"Veja que das últimas sete operações pedidas e deflagradas na Justiça, da Lava-Jato, seis partiram do Ministério Público Federal (MPF), apenas uma da Polícia Federal. Se a PF estivesse com recursos humanos, tivesse com uma equipe adequada, nós teríamos, em vez de sete, 12 operações, seis da PF e seis do MPF”, disse Dallagnol na entrevista à TV.
Em entrevista coletiva na última quinta-feira, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, admitiu que os cortes orçamentários do governo poderão resultar no que chamou de “processo seletivo de ações”.
“Hoje, a Lava-Jato é maior em Brasília do que em Curitiba. São Paulo já está ficando maior do que Curitiba também. Então, é uma redistribuição de mão de obra, uma redistribuição de meios operacionais, que não significa em hipótese alguma diminuição de capacidade investigativa”, alegou o ministro.
Questionada pela “TV Globo” sobre os recursos para operações, a assessoria do Ministério da Justiça informou que há um repasse mensal de R$ 70 milhões previsto para a Polícia Federal até o final do ano e que a operação “tem total apoio do Ministério”.
Reprodução: O Globo