A jornalista Kamila Matos, de 28 anos, fez um desabafo no Facebook para relatar um assédio sofrido na praça de alimentação do Salvador Shopping. O caso ocorreu na noite desta quarta-feira (19) quando um homem de aparentemente 34 anos, que se autodenominou como Luiz, abordou a jornalista e mais duas amigas. Kamila conta que havia marcado de se encontrar com as amigas no local, mas ao chegar, elas já estavam na companhia do rapaz. Descrito pela vítima como um homem branco, de cerca de 1,70m, gordinho e de cabelo liso e curto, Luiz contava, desesperado, sua relação com duas mulheres. Ela lembra que, de início, as três se solidarizaram com a história e tentaram ajuda-lo até perceber que ele se enrolava no próprio conto e falava de forma machista.
"Aí ele começou a falar que era advogado de uma empresa famosa de Salvador, começou a mostrar foto das mulheres, mas era só foto de WhatsApp, não tinha nenhuma com ele. Aí começou a se enrolar, a gente começou a notar que a história não estava batendo", contou Kamila ao Bahia Notícias. De acordo com a jornalista, não levou mais de 10 minutos para que elas estranhassem a situação e deixassem a mesa. No entanto, de longe, elas avistaram ele abordar outro grupo com mais três mulheres, todas aparentemente na faixa etária dos 30 anos.
Ao perceber que elas também deixaram a mesa, Kamila e as amigas tentaram conversar com o grupo para entender o que tinha acontecido. “A gente checou a história que é mentira, a gente saiu da conversa porque era machista, eu e minhas amigas somos mulheres esclarecidas, a gente estuda feminismo”, pontua, ressaltando que o receio delas era de que ele intimidasse ou até sequestrasse alguma mulher. Como conta a jornalista, num primeiro momento, as desconhecidas ficaram acuadas, mas ao ouvirem como ela e suas amigas foram abordadas pelo estranho, elas logo compartilharam a história. Com esse segundo grupo, o homem foi além, tentando intimidá-las dizendo que tinha uma arma no carro – ele manteve a chave do carro e o celular na mão durante os dois diálogos. "Ele estava o tempo no WhatsApp e a gente não sabia se ele estava dando serviço, de como era a nossa roupa e tal", suspeita Kamila. Um dos papos que chamou a atenção das mulheres foi a forma como ele abordou o estupro. De repente, ele começou a dizer que esse era o único tipo de caso que passava pelo escritório e ele não trabalhava.
Reprodução: Bahia Notícias