Brasil

'Pagar bem os médicos para cobrar a presença nos postos de saúde', defende o ministro

Ao anunciar R$ 345 milhões para atendimento odontológico, o ministro reforçou a necessidade de enfrentamento do problema da falta de profissionais nas UBS

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Resultado de imagem para ministro da Saúde, Ricardo BarrosDurante a cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (20), em que anunciou R$ 345 milhões para ampliar o atendimento odontológico nos postos de saúde, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, reforçou que é um avanço o governo federal reconhecer os baixos salários oferecidos aos médicos. Disse também que é preciso enfrentar o problema da falta de profissionais nas Unidades Básicas de Saúde, que são, exatamente, os serviços mais próximos do cidadão. Também destacou que os desafios só serão enfrentados com a cooperação de todos: “dentistas, médicos, profissionais de saúde e os 4 milhões de colaboradores no SUS. Todos unidos vamos fazer uma saúde cada vez melhor”.

“Fiz referência, exclusivamente, aos médicos da Atenção Básica. Os secretários municipais de saúde bem sabem que temos um problema de remuneração que precisa ser ajustado para que possamos exigir o cumprimento da carga horária contratada. O prefeito não cobrava a presença, porque sabia que o salário não era adequado. E isso nós vamos resolver”. A declaração do ministro foi em referência a frase, dita na semana passada, que repercutiu de forma distorcida: “vamos parar de fingir que pagamos o médico e o médico fingir que trabalha”.

 “Um ministro reconhecer que não está pagando adequadamente os médicos, eu considero um grande avanço. É assim que deve ser visto, como também o fato de termos recebido do Conselho um pedido para melhorar a infraestrutura de trabalho para esses profissionais. Eu acho que a polêmica atende a vários interesses, menos o da saúde”, concluiu.

Reforçou ainda que o seu discurso se dirigiu, exclusivamente, aos médicos da Atenção Básica, cuja realidade de baixos salários e falta de cumprimento da carga horária já é reconhecida pelas prefeituras e população.  “A todos os médicos do Brasil, que não estavam incluídos, não se sintam ofendidos porque não foi a eles que foi dirigida a nossa palavra”, afirmou.

Ontem (19/7), o ministro recebeu o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, e os representantes dos conselheiros estaduais da categoria. “Ninguém mais do que eu faz diálogo com a categoria médica, e o presidente do CFM reconheceu isso. Faço questão, até por não ser da área, de dialogar muito para aprender e entender como são os problemas e como resolveremos”.

DIÁLOGO COM A CLASSE MÉDICA – Sobre a pauta entregue pelo CFM, apontando os problemas estruturais encontrados nas Unidades Básicas de Saúde, o ministro Ricardo Barros disse que oferecer melhores condições de trabalho aos profissionais de saúde é um desafio do SUS, que tem sido tratado com prioridade pela gestão. “Foram investidos R$ 18 bilhões em equipamentos, só no ano passado, para as unidades de saúde e estamos investimento muito na ampliação. São 7 mil obras em andamento na área de saúde em todo o país que, agora, estão sendo pagas em parcela única. Nosso objetivo é não haver obra parada e nem desperdício de dinheiro”, afirmou. 

Fonte: Ministério da Saúde