Polícia

Suspeito de envolvimento na morte de pintor durante roubo a ônibus é preso em assalto

Jovem de 20 anos, que tinha um mandado de prisão preventiva em aberto, confessou participação no crime, mas negou que tenha atirado em vítima.

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Suspeito de envolvimento na morte de pintor foi preso enquanto cometia assalto, diz polícia (Foto: Divulgação/Polícia Civil)Um dos três suspeitos de envolvimento na morte do pintor Djalma Paixão Ferreira, de 42 anos, assassinado com um tiro na cabeça durante um assalto a ônibus em maio na Avenida Paralela, em Salvador, foi preso e confessou participação no crime, informou, nesta segunda-feira (17), a Polícia Civil. Lucas Mateus dos Santos Costa, de 20 anos, que tinha um mandado de prisão preventiva em aberto, foi localizado, na sexta-feira (14), quando cometia um assalto. Lucas foi flagrado por policiais da 1ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) assaltando uma topic que fazia transporte alternativo entre os bairros de Itapuã e Águas Claras. Ele estava acompanhado de um homem apontado como comparsa, Alexandre Alves de Almeida, que também foi preso.

Conforme a polícia, após confessar o envolvimento na morte do pintor, Lucas indicou dois homens que teriam agido com ele no dia do latrocínio. O suspeito disse que sabia apenas os apelidos dos comparsas, conhecidos como Jacaré e Baco. Lucas, que segundo a polícia aparece nas imagens do circuito de segurança do ônibus da empresa Integra Plataforma onde o pinto foi morto, negou, no entanto, ter sido o autor do disparo que matou a Djalma. O suspeito foi ouvido pelo delegado José Nélis Araújo, do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (GERRC).

Durante o assalto que resultou na morte do pintor, segundo a polícia, Lucas e os comparsas chegaram a ser agredidos pelos passageiros do ônibus que reagiram ao assalto, mas conseguiram fugir levando pertences e dinheiro das vítimas. O celular do pintor também foi roubado. Com passagem pela polícia por assalto, Lucas também confessou ter cometido recentemente outros roubos a coletivos, segundo a polícia. Um revólver calibre 38, apreendido com Lucas e Alexandre foi encaminhado para perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT). O objetivo é saber se a arma foi a mesma utilizada para matar Djalma. Lucas e Alexandre foram autuados em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e tentativa de roubo.

Caso

O assalto que resultou na morte do pinto ocorreu no dia 5 de julho. Djalma estava a caminho do trabalho quando foi morto. De acordo com informações da polícia, três homens invadiram o ônibus em que a vítima estava, no bairro de Vila Verde, e obrigaram o motorista a conduzir o coletivo na Avenida Paralela, no sentido Centro. O ônibus fazia a linha Paripe/Aeroporto. O motorista do ônibus relatou que, ao chegar na via, os passageiros reagiram e seguraram dois dos assaltantes, que estavam desarmados. O motorista contou que o outro criminoso, que tinha uma arma, acabou atirando contra os passageiros, para libertar os comparsas. Um dos tiros atingiu Djalma, que, segundo o motorista, estava orando. A vítima chegou a correr, após o motorista abrir as portas do ônibus, mas não resistiu aos ferimentos.

Um dos passageiros que estavam no ônibus, que preferiu não se identificar, disse que as pessoas reagiram ao assalto após perceber que dois dos criminosos não estavam armados. O cobrador do ônibus, que preferiu não se identificar, revelou ainda que o coletivo havia sido assaltado um dia antes, ao passar pelo mesmo bairro onde os criminosos desta sexta-feira estavam. Segundo ele, um homem armado entrou no veículo e levou os pertences de ao menos 10 passageiros.

O pintor Djalma Paixão foi enterrado no dia 6 de julho. O sepultamento ocorreu no cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas. Ele deixou três filhos.

O irmão de Djalma, Dilson Paixão, revelou que a vítima já tinha sido assaltada em um outro coletivo na mesma semana em que foi morto e que estava com medo de sair de casa. Ele chegou até a pensar em pedir demissão do emprego.

De acordo com Dilson, Djalma disse ainda que não aguentava mais a criminalidade e que achava que poderia ser morto durante um assalto a qualquer momento.

Reprodução: G1 – Bahia