Política

Medrado confirma filiação ao Podemos

Após assumir mandato na Câmara, deputado deixará PR para filiar-se ao antigo PTN

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Após uma jornada que durou seis meses de espera, Marcos Medrado (PR) tomou posse como deputado federal na última terça-feira (28), e já está prestes a trocar de partido. Em entrevista à Tribuna, ele confirmou que está prestes a entrar no Podemos (antigo PTN). Para tanto, depende apenas do aval do governador Rui Costa (PT), de quem diz que é “soldado”.

“Já tive ontem uma conversa com a direção nacional do Podemos, e posso dizer que estamos avançados. Vou agora ter uma conversa com o governador Rui Costa para acertar essa coisa, porque não vou tomar a decisão de entrar em algum partido sema antes conversar com ele.

Preciso de um partido que me dê condições de me eleger deputado nas eleições de 2018, e o Podemos é um partido da base do governador da Bahia. Já conversei também com o deputado Bacelar (presidente do Podemos na Bahia), e ele me recebeu muito bem. Estamos avançando”, disse Medrado.

O deputado lembrou que retorna à Câmara num momento muito conturbado da política brasileira. “Cheguei aqui em Brasília ontem e encontrei um clima muito incendiário.

O país vive uma instabilidade muito grande. Mas já cheguei trabalhando. Tomei posse ontem (terça-feira, 27) e já tivemos votação no plenário até uma hora da manhã. Por aqui só se fala dessa coisa de ‘fora Temer’ e ‘fica Temer’”, afirmou Marcos Medrado.

Ele avaliou que apesar da situação muito delicada pela qual passa, o Michel Temer deve conseguir se segurar até o final do mandato, por causa da base de apoio no Congresso Nacional. “Eu acho que o Brasil vai acabar equacionando essa coisa toda, por causa do seu povo.

O brasileiro é um povo de guerra. Na Câmara dos Deputados, eu acho que Temer conseguirá derrubar esses pedidos de investigação que estão chegando contra ele. Eu conversei ontem com o ministro Antônio Imbassahy (da Secretaria de Governo da Presidência da República), e ele me disse que o presidente terá apoio de 272 deputados no plenário.

Para derrotar o pedido de investigação, ele precisa de pelo menos 171 parlamentares a seu favor. O problema é que são três denúncias diferentes, são três apreciações diferentes. Isso demanda muito tempo e dedicação dos deputados. As denúncias são graves demais para um presidente em exercício do cargo”, refletiu.

Medrado avalia que Temer conseguirá se manter no cargo por causa dos fatores econômicos. “A economia teve uma melhora relevante, mas não por causa do presidente, e sim por causa de seu povo.

A economia cresceu, o mercado tem respondido à crise. Teve essa questão do pagamento do FGTS retido, que injetou mais de um bilhão de reais na economia. Tem também o ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que tem feito um bom trabalho”, disse .

O parlamentar avalia ainda que não seria bom o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumir a presidência da República (no caso de Temer ser afastado).

Deputado relembra dificuldade para tomar posse

Ainda em entrevista à Tribuna, Marcos Medrado lembrou a “situação desgastante” que enfrentou com o prefeito ACM Neto (DEM). Ele disse que o prefeito mandou o suplente Colbert Martins protelar “o máximo possível” para dificultar sua entrada na Câmara Federal.

“A Bahia ficou com menos um deputado por 60 dias. Tia Eron não voltou para a Câmara e Colbert não quis vir. Foi perseguição clara. Ele queria que eu fosse de qualquer jeito para a base dele, e eu disse desde o início que não iria”

Para assumir o mandato que originalmente é da deputada licenciada Tia Eron (PRB), atual secretária de Promoção da Igualdade de Salvador, Marcos Medrado dependia ainda da recusa de mais um aliado de ACM Neto, o vice-prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, do PMDB.

Ele é suplente da coligação e vem antes de Medrado na fila. Apesar da alegada pressão por parte de ACM Neto, o peemedebista não quis renunciar à vice-prefeitura da Princesa do Sertão para assumir o mandato na Câmara.

Tudo começou em janeiro deste ano, quando Tia Eron deixou o mandato de deputada para assumir a secretaria do prefeito de Salvador. Dois meses depois ela voltou à Câmara para participar de votações e passou mais dois meses no exercício do mandato. Em abril ela retornou à secretaria, e desde então a vaga na Câmara estava desocupada novamente. 

Tribuna da Bahia////AF