O empresário Joesley Batista disse, na mesma entrevista em que declarou que Temer lidera “maior e mais perigosa organização criminosa do país”, que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) era “o mensageiro” do presidente no Planalto, responsável por informá-lo sobre a situação de supostos pagamentos feitos para silenciar o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, ambos presos pela Lava Jato desde o ano passado.
O baiano, segundo relato de Joesley à revista Época, mantinha contato quinzenal com ele para saber sobre os repasses. “[Geddel] Sempre querendo saber se estava tudo certo, se ia ter delação, se eu estava cuidando dos dois. O presidente estava preocupado. Quem estava incumbido de manter Eduardo e Lúcio calmos era eu”, declarou.
Joesley defendeu, ainda, não ter dúvidas de que Temer estava consciente do esquema. “Depois que o Eduardo foi preso, mantive a interlocução desses assuntos via Geddel. O presidente sabia de tudo. Eu informava o presidente por meio do Geddel. E ele sabia que eu estava pagando o Lúcio e o Eduardo. Quando o Geddel caiu, deixei de ter interlocução com o Planalto por um tempo. Até por precaução”, contou.
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