A presidenta Dilma Rouseff anunciou terça-feira (30), ao lado do presidente norte-americano Barack Obama, a inclusão de cidadãos brasileiros no programa Global Entry, que facilita a entrada de quem viaja com frequência aos Estados Unidos (EUA). O anúncio foi feito durante declaração conjunta à imprensa, após reunião de trabalho entre os dois presidentes.
No Global Entry, o viajante não precisa passar pelas filas de imigração, apenas passa o passaporte em leitor eletrônico ao desembarcar nos EUA. A medida deverá beneficiar viajantes frequentes e não valerá para turistas eventuais.
Dilma também destacou a assinatura de um acordo previdenciário que vai beneficiar a comunidade brasileira que vive nos Estados Unidos. Durante a declaração, Dilma e Obama destacaram a cooperação bilateral em áreas como comércio, investimento, educação, defesa, energia e ciência e tecnologia e mudanças climáticas.
A presidenta disse que a recuperação da economia dos Estados Unidos é importante para as economias do Brasil e do mundo e quer aproveitar o cenário para ampliar o fluxo de comércio e investimento, entre os dois países. “Queremos ampliar e diversificar nossas trocas, nosso desafio é dobrar a corrente de comércio em uma década."
Segundo Dilma, o objetivo é construir condições para um relacionamento comercial ambicioso entre o Brasil e os Estados Unidos e, para isso, será preciso remover, em curto prazo, os obstáculos não tarifários existentes para bens industriais e agrícolas. "Devemos reduzir a burocracia, as complicadas autorizações e outras restrições, ao mesmo tempo em que gostaríamos que fosse reconhecida a qualidade dos processos produtivos do Brasil.”
A presidenta destacou a nova etapa do programa de concessões e disse que espera participação de investimento norte-americanos nas licitações de obras de infraestrutura do Brasil incluídas no pacote.
Obama e Dilma também assinaram um compromisso para ampliar a participação de energia renovável na matriz energética dos dois países até 2030, para contribuir com a redução das emissões de gases de efeito estufa, que agravam as mudanças climáticas.
“Essa decisão tem muito a ver com perspectivas e nossa participação em um acordo global de redução de emissões, para que consigamos de fato concretizar esse acordo na Conferência do Clima em Paris [em dezembro deste ano]”, afirmou a presidenta.
Ela falou também sobre os esforços do Brasil para reduzir o desmatamento, lembrando que a meta é zerar a derrubada ilegal no país até 2030. “Também queremos virar a página e passar a ter uma política clara de reflorestamento. É importantíssimo para o Brasil, tem a ver com compromisso próprio que assumimos no Código Florestal.”
Dilma e Obama também comentaram a reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba. Obama agradeceu o apoio brasileiro no processo e nas negociações para abertura de embaixadas em Havana e em Washington. Para a chefe do governo brasileiro, a retomada das relações entre Cuba e Estados Unidos marca “o fim da guerra fria”, além de um novo patamar de relacionamento dos norte-americanos com toda a América Latina.
Dilma reiterou o convite para que Obama venha ao Brasil no próximo ano para assistir aos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. O presidente americano agradeceu o convite e brincou que, caso venha ao Rio, não poderá usar em público uma camiseta do Brasil, presente de Dilma, para não entrar em conflito com seus compatriotas.
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