Dias após a operação das polícias militar e civil na Cracolândia no domingo ( 21), usuários de drogas começaram a montar barracas na Praça Princesa Isabel, no Centro de São Paulo, bem próximo à Rua Helvétia. Até quarta-feira (24), só havia pessoas consumindo drogas na praça, agora há barracas de camping.
A operação na Cracolândia tem gerado diversas reações do poder público e de pessoas contrárias. Nesta quarta, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria deixaram entrevista coletiva sobre anúncio da Parceria Público Privada na Nova Luz aos gritos de "fascistas". Os manifestantes são contrários à política do governo na região.
Depois, em coletiva dentro do gabinete da Prefeitura, o prefeito afirmou que não recuaria nas ações na Cracolândia. Na sequência, a Procuradoria do Município pediu à Justiça internação compulsória de usuários de drogas e o Ministério Público enviou ofício para apurar desapropriações na Cracolândia.
No meio da tarde, a Justiça proibiu as remoções compulsórias e demolições de prédios habitados na região. No fim do dia, um grupo de manifestantes ocupou a Secretaria de Direitos Humanos e a secretária, Patrícia Bezerra, deixou o cargo.
No dia anterior, a Prefeitura iniciou o processo de demolição de imóveis na Cracolândia e três pessoas que estavam em um prédio vizinho se feriram. Especialistas ouvidos pelo G1 consideraram as demolições arbitrárias.
No domingo, 38 suspeitos de traficar drogas foram presos na operação, que contou com a participação de 976 policiais. Foram apreendidos 10 quilos de crack, 3 fuzis e outras armas. Foram encaminhadas para abrigos 300 pessoas. Doze foram internadas.
Reprodução/G1