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Dólar dispara e chega a R$ 3,43, após denúncias envolvendo Temer

Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta 1,23%, cotada a R$ 3,1337 na venda.

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Resultado de imagem para Dólar dispara e chega a R$ 3,43, após denúncias envolvendo TemerO dólar disparou nesta quinta-feira (18) depois de denúncias envolvendo o presidente Michel Temer que alimentaram percepções de que as reformas serão afetadas, destaca a Reuters.

Às 10h48, a moeda norte-americana subia 9,45%, cotada a R$ 3,4300 na venda. Veja a cotação.

O dólar futuro atingiu o limite máximo permitido de R$ 3,3235 para este pregão. Os temores eram tão grandes que as negociações do dólar à vista demoraram para acontecer, com os investidores optando por não tomar posições no início do dia.

O dólar futuro é um produto negociado em bolsa (um derivativo) que representa o quanto as instituições financeiras acreditam que a moeda norte-americana estaria valendo no futuro. O que está sendo negociado nesta quinta-feira tem vencimento para 1º de junho.

Esses contratos têm um alto volume de negociação e, por isso, acabam sendo referência para definir quanto o dólar está valendo hoje. Porém, para evitar oscilações excessivas, a bolsa estipula um limite diário para variação do dólar futuro. Para hoje, esse limite está em 5,63%, (R$ 3,32), segundo a B3.

"As negociações feitas hoje atingiram esse limite máximo, mas o mercado acredita que a oscilação deveria ter sido maior e os bancos não sabem precificar quanto. Como os bancos perderam a referência de quanto deve estar valendo esse dólar para 1º de junho, também acabaram perdendo a referência de quanto vale o dólar hoje, então ninguém vende”, explica o economista Alexandre Cabral.

"Quem é que vai vender dólar a R$ 3,20 se amanhã ele pode estar a R$ 3,90?", afirmou à Reuters o superindente de câmbio do Banco Ourinvest, Ralph Bigio.

Intervenção do BC

O Banco Central anunciou nova intervenção no mercado, com leilão de swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, e que não eram voltados para rolagem de contratos já existentes.

Na noite passada, o jornal O Globo noticiou que Joesley Batista, um dos controladres do frigorífico JBS, gravou Temer concordando com pagamentos para manter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso.

Assim que a notícia chegou ao Congresso, a oposição não perdeu tempo para pedir o impeachment de Temer, enquanto líderes governistas, pegos de surpresa, pediam cautela com a informação, evitando fazer defesas mais taxativas.

Especialistas afirmaram à agência que o governo foi fortemente abalado e, assim, as reformas consideradas essenciais, sobretudo a da Previdência, para recuperar a economia serão afetadas.

O Banco Central manteve a oferta de até 8 mil swaps cambiais tradicionais –equivalentes à venda futura de moedas– para rolagem do vencimento de junho, mas anunciou leilão adicional.

A autoridade também fará oferta de até 40 mil contratos com vencimentos em 1/8/2017, 2/10/2017 e 2/1/2018.

Em novembro do ano passado, o Banco Central também havia feito oferta adicional de swap para tentar conter a volatilidade do mercado após a vitória de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.

Mais cedo, o Tesouro Nacional e o BC publicaram notas afirmando que estão atentos ao mercado e que atuarão para manter sua plena funcionalidade.

O Tesouro suspendeu o leilão de venda de LTN e LFT programado para esta sessão.

Até então, os mercados financeiros estavam vivendo uma espécies de lua-de-mel com o governo Temer, apostando que ele conseguiria angariar votos suficientes para aprovar as reformas no Congresso Nacional. O dólar, nesta semana, chegou a fechar abaixo do patamar de R$ 3,10.

Além disso, a economia vinha dando alguns sinais de recuperação, depois de dois anos seguidos de forte recessão. A inflação também vinha perdendo fôlego e possibilitando que o BC fizesse reduções importantes na taxa básica de juros, o que tem potencial para estimular o consumo.

Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,23%, a R$ 3,1337 na venda, depois de ceder 3,14% em 6 pregões. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana atingiu R$ 3,1357.

Reprodução/G1