O marqueteiro João Santana relatou, em delação premiada ao Ministério Público Federal, que a ex-presidente Dilma Rousseff teria nomeado Graça Foster para a presidência da Petrobrás para acabar com a “esculhambação” na estatal. Segundo o marqueteiro, a declaração foi uma resposta da então presidente a críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que considerava a indicação de Graça Foster um “erro profundo”.
Santana descreveu que, em um jantar no Palácio do Planalto, Dilma teria se ressentido com as queixas feitas por Lula. “Ela me disse: ‘Olha, as críticas que o Lula faz a Graça são tão injustas quanto as críticas que a imprensa faz a mim”, afirmou o delator, em referência às denúncias de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena (EUA) envolvendo a petista.
De acordo com o marqueteiro, Dilma alegou estar “colocando ordem na casa”. O objetivo seria acabar com problemas de gestão e possíveis usos políticos da Petrobrás. Como parte do “saneamento”, estaria a demissão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da empresa condenado pela operação Lava Jato. “Ela usou a frase ‘será que eles não enxergam que eu estou arrumando a casa? O canalha do Paulo Roberto Costa fui eu que tirei. E acabei remediando muita coisa lá”.
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