Brasil

Jovem é detido suspeito de injúria racial após mensagens para colega: 'Preto fedido'

Segundo delegado, áudios divulgados em grupo mostram ofensas de cunho racial

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Jovem de 24 anos foi detido suspeito de injúria racial em Morrinhos Goiás (Foto: Divulgação/Polícia Civil)Um jovem de 24 anos, que não teve a identidade revelada, foi detido suspeito de injúria racial em Morrinhos, no sul goiano, nesta quarta-feira (10). O delegado Fabiano Jacomelis, responsável pelo caso, relatou que o rapaz ofendeu outro jovem, de 22 anos, por meio de áudios chamando a vítima de “preto fedido”, “preto desgraçado” e até fazendo comparações com um macaco. O investigado pagou fiança e foi liberado.

Segundo Jacomelis, suspeito e vítima faziam parte de um mesmo grupo e começaram a discutir sobre camisas de time de futebol, quando o detido começou a fazer ofensas de cunho racial. “O autor começa a ofender ele [vítima] sempre nesse sentido, usando a questão racial para ofendê-lo. Ele chega ao ponto de imitar um macaco”, afirmou.

Cinco áudios mostram as ofensas de cunho racial divulgadas no grupo:

“Tomar no seu c***, preto filho de uma p***, volta para a senzala, otário”

“Preto desgraçado, tinha que estar em uma senzala apanhando de chicote”

“Tem que voltar para senzala e tomar um banho, preto fedido. Tem que apanhar e muito nessa cara preta sua, seu preto fedido. Preto, macaco”

“Uh, uh, ah, ah, uh, uh, ah. Macaco”

“Macaco, macaco. Chiclete de onça”

Defesa

Ainda conforme o delegado, ao ser abordado por policiais civis, o suspeito alegou que estava de cabeça quente e se arrependeu. Se for condenado, ele pode ficar preso por até quatro anos, já que as ofensas ocorreram em meio a várias pessoas.

Procurado pelo G1, o advogado do detido, Robson Neves Canedo, informou que o suspeito também é negro e que conhece a vítima há anos. Ele afirmou que a conversa ocorreu por causa da intimidade entre os dois.

“O acusado e a suposta vítima fazem parte de um grupo de Whatsapp criado entre jogadores de futebol amadores e são amigos desde a infância. Tais áudios foram gravados em decorrência da liberdade que ambos possuíam um com o outro, haja vista o tempo de amizade”, afirmou.

O defensor ressaltou que “as agressões verbais foram recíprocas, haja vista, em outra oportunidade, o acusado também ter sido vítima de ofensas por parte do amigo”, pontuou.

Reprodução/G1