Mundo

Onda de calor mata mais mil no Paquistão

Algumas lojas se recusaram a vender gelo ou água durante o dia, citando leis religiosas que podem resultar em penas.

NULL
NULL

A pior onda de calor dos últimos 35 anos, está atingindo a cidade de Karachi, no sul do Paquistão, e já matou mais de mil pessoas. Segundo informações de uma organização de caridade nesta quinta-feira (25), necrotérios começam a ficar sem espaço e hospitais públicos enfrentam dificuldades para lidar com a situação.

A onda de calor na cidade de 20 milhões de habitantes coincidiu com cortes nos fornecimento eletricidade, deixando muitos sem ventilador, água e energia, e com o início do mês sagrado do Ramadã, quando muitos muçulmanos não comem ou bebem durante o dia.

Algumas lojas se recusaram a vender gelo ou água durante o dia, citando leis religiosas que podem resultar em penas. Também é ilegal beber ou comer em público pela manhã ou noite.

Depois de vários dias de temperaturas superiores a 40 graus, o clima em Karachi, a maior cidade do país, deu uma trégua na quarta-feira (24). A meteorologia prevê temperaturas de 34 graus para esta quinta.

Muitos corpos

A chegada de um grande fluxo de corpos nos necrotérios forçou os funcionários a guardarem os corpos em bolsas no chão, disse Anwar Kazmi, da organização de caridade Edhi Foundation. Os equipamentos de ar-condicionado no necrotério pararam de funcionar.

O governo provincial fez pouco, exceto culpar os outros, disse ele. "Pagamos tributos aos médicos e funcionários dos hospitais do governo que estão trabalhando sem parar, tratando uma infinidade de pacientes", disse. "O governo de Sindh não fez nada exceto culpar a K-electric pelas mortes".

A K-eletric é uma companhia privada de energia que abastece Karachi. A empresa diz que conexões ilegais estão sobrecarregando as linhas e a demanda aumentou por conta do calor. Segundo a K-electric, o governo deve mais de 1 bilhão de dólares em contas não pagas.

Reprodução G1

 Foto: Reprodução G1