O ex-executivo Agenor Medeiros em depoimento ao juiz Sergio Moro (Reprodução/Reprodução)
Em seu depoimento ao juiz federal Sergio Moro nesta quinta-feira, o ex-executivo da OAS Agenor Franklin Medeiros revelou ao magistrado que a empreiteira baiana, tal qual a conterrânea Odebrecht, mantinha um setor especializado na operação de propinas pagas agentes públicos e campanhas políticas.
Responsável pela área de petróleo da empresa, Medeiros falou a Moro na condição de réu na ação penal que tem entre os acusados o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Existe uma área na empresa, que era justamente a área que trabalha nessa parte de vantagens indevidas, uma área chamada controladoria, onde doações a partidos, até de forma oficial, saíam do presidente, iam para o diretor financeiro e para o diretor dessa área.
Nessa época da RNEST [refinaria Abreu e Lima], com PT e PSB, o gerente dessa área era Mateus Coutinho. Ele se reportava ao diretor financeiro, Sérgio Pinheiro, que se reportava ao presidente da empresa”, explicou o ex-executivo.
Segundo Medeiros havia, além de Coutinho, pelo menos mais três executivos cujas funções eram fazer com que propinas chegassem a seus destinatários. Ele relatou que coube à empreiteira, como parte dos consórcios que construíram as refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Getúlio Vargas, no Paraná, o pagamento de propinas de 2% dos contratos a partidos políticos.
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